Polícia

Moradores do Minha Casa Minha Vida são expulsos por traficantes na Lagoa da Paixão

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"Se você está saindo vivo daqui é porque tá dando sorte, se saia!", ordenou o criminoso à vítima   |   Bnews - Divulgação Reprodução/Facebook

Publicado em 19/04/2018, às 17h45   Redação BNews


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Em março deste ano, um homem de 32 anos foi expulso do apartamento onde morava há três dias no conjunto Morada da Lagoa, na Lagoa Paixão, entre os bairros de Fazenda Coutos e Valéria, em Salvador. Segundo o ex-morador, que estava acompanhado da esposa e de uma sobrinha, um bandido armado determinou sua saída do imóvel, por volta das 21h de um sábado.

Conforme relatou ao BNews, ele e a família saíram para ir a um mercado nas proximidades, por volta das 20h30, e ao retornarem foram surpreendidos pelos invasores. 

"Quando eu voltei percebi que a luz da cozinha estava acesa, que eu não tinha deixado. Ao entrar no prédio percebi que a porta estava arrombada. Empurrei a porta e tinha um cara armado com três mulheres saqueando nossas coisas, prancha de cabelo, creme, desodorante. As mulheres pegando roupas, secador de cabelo e nos mandaram ir embora", conta, explicando que teve o pedido para pegar as roupas negado. "Vá embora. Se você está saindo vivo daqui é porque tá dando sorte, se saia!", teria ordenado o criminoso. 

De acordo com a vítima, ao prestar queixa na 8ª Delegacia Territorial (CIA), outras três pessoas registravam boletins de ocorrência pelo mesmo motivo. O criminoso foi identificado como Elicleber Santos de Jesus, o 'Sorriso', conforme registro no Boletim de Ocorrência. 

Ao retornar ao conjunto com policiais, o ex-morador encontrou o apartamento vazio, sem móveis, eletrodomésticos e ferramentas de trabalho. "Estou vivendo de favor, em outro bairro", lamentou, ressaltando não querer voltar ao imóvel. A natureza do crime foi enquadrada nos artigos 150 e 157 do Código Penal, referente a violação de domicílio e roubo, respectivamente.  

TESTEMUNHAS E INFORMAÇÕES - De acordo com o titular da 8ª DT, delegado Alfredo Mehmeri, algumas denúncias sobre estas expulsões chegaram à unidade policial e são investigadas. Entretanto, ele salienta que a falta de testemunhas e informações concretas dificultam o trabalho da polícia na produção de provas. 

Sobre o caso relatado acima, Mehmeri informa que o inquérito foi concluído e deverá ser encaminhado ainda esta semana à Justiça.

NOVO IMÓVEL - O delegado ainda aponta a existência de casos em que moradores deixaram o local espontaneamente e procuraram a delegacia para fazer um boletim de ocorrência, alegando expulsão para pleitear novo imóvel em outra localidade junto à Caixa Econômica Federal. Identificados estes casos, a instituição financeira é comunicada pela polícia.


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