Polícia

Mãe procura a polícia após filho de 11 anos ser acusado de furto em supermercado no Costa Azul

Jefferson Peixoto/Secom (Divulgação) e Leitor BNews
A rede de supermercado lamentou a abordagem indevida e afirmou que colaboradores envolvidos foram advertidos e reorientados  |   Bnews - Divulgação Jefferson Peixoto/Secom (Divulgação) e Leitor BNews

Publicado em 19/12/2018, às 14h35   Vinícius Ribeiro


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Uma abordagem realizada a uma criança de 11 anos, no interior do supermercado Pão de Açúcar, na rua Arthur de Azevêdo Machado, no bairro do Costa Azul, em Salvador, se transformou em caso de polícia. Segundo a administradora Sandra Cardim, 36 anos, ela, o filho, de iniciais G.C.M, e um amigo do garoto, de 13 anos, foram ao estabelecimento, no dia 8 de dezembro, e passaram por momentos de constrangimento.

Ao BNews, ela contou que estava em uma das galerias quando as crianças se afastaram um pouco para olhar cartões pré-pagos de serviços de internet e games. O filho de Sandra estaria mostrando ao amigo o item que ganharia no Natal. No entanto, conforme o boletim de ocorrência registrado, na segunda-feira (17), na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e Adolescente (Derca), um fiscal se aproximou repentinamente e perguntou ao filho de Sandra - "cadê o cartão?". Surpresa, a mãe também se aproximou e respondeu: "Que cartão, moço?". Neste momento, segundo consta no B.O., o funcionário do supermercado teria dito "o cartão que seu filho pegou".

"Imediatamente (o garoto) suspendeu a blusa e puxou os bolsos da bermuda mostrando que não tinha qualquer cartão", disse a mãe na Derca. Antes de procurar a unidade especializada, a administradora registrou o caso na 9ª Delegacia Territorial (DT/Boca do Rio), um dia após o ocorrido.

Registros feitos pela mãe da criança na 9ª DT e na Derca

De acordo com a administradora, o objetivo da denúncia é mostrar os malefícios do constrangimento causado ao filho. "Antes de uma abordagem, tenha certeza do fato. Meu filho não tem idade para ser abordado, isso poderia acarretar transtorno psicológico, como estou tendo, pois não durmo direito", afirmou, ressaltando que se houvesse erro seria a primeira a repreender a criança. 

Sandra acusa, ainda, a gerência do supermercado de "indiferença" ao ocorrido e a negativa da empresa em disponibilizar as imagens do circuito de monitoramento da loja. Por meio de ofício, após solicitação da 9ª DT, o Pão de Açúcar informou à delegada Anna Francisca Mattos que a unidade do Costa Azul não possuía sistema integrado CFTV (Circuito Fechado de TV) e que a instalação seria feita inda neste mês de dezembro.  

Um dos equipamentos do estabelecimento localizado no Costa Azul

"Outra indignação é de eu, na condição de mãe, passar por esse constrangimento e correr atrás para adquirir a obtenção das imagens para provar que fomos vítimas do tamanho constrangimento perante as pessoas. O grupo relata que não tem circuito de câmera ainda instalados. Que tamanho absurdo, um supermercado de grande porte como esse? Então se fosse o contrário, por exemplo, um furto concretizado, teriam as imagens disponíveis?", questionou Sandra, afirmando que outro funcionário revelou que 100% das câmeras estavam ativas. A administradora revelou que pretende acionar a Justiça por calúnia e injúria.   

Em nota, o Pão de Açúcar afirmou que a "rede lamenta a abordagem indevida e informa que os colaboradores envolvidos foram advertidos e reorientados de acordo com as normas da companhia".

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