Polícia

Mulher é ameaçada e tem casa invadida dois dias seguidos por perseguidor

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O homem, que teria problemas mentais, está internado, mas a vítima teme o que vai acontecer após o suspeito ter alta médica  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram

Publicado em 14/05/2019, às 18h25   Shizue Miyazono


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Uma família da cidade de Nordestina, localizada a cerca de 340 km de Salvador, está vivendo um pesadelo desde a noite de sexta-feira (10). Isis Graziela contou ao BNews que teve sua casa invadida por um perseguidor armado com uma faca, ameaçando matar seu marido, machucar a sua família e falando diversas obscenidades.

Ela contou que o rapaz é morador da cidade há muitos anos e não é o primeiro caso de agressão envolvendo o suspeito: “Não foi o primeiro caso que aconteceu na cidade, ele já tem outros casos de agressão, dele invadir lugares, quebrar coisas, já é reincidente esses casos de violência dele”.

Isis explicou que há uma semana ele começou a frequentar a sua loja, mas como é um estabelecimento comercial, ela contou que não tinha muito o que fazer: “Ele entrava bem pacífico, examinava toda a loja, olha a mercadoria, sentava, conversava sozinho e eu saía ou chamava meu marido”.

Segundo o relato da mulher, na sexta-feira, quando ele viu o marido com Isis em casa, começou a gritar mandando o homem descer que iria mata-lo, que iria derrubar a porta. Segundo ela, na cabeça do rapaz, ele seria o seu marido e não aceitava que ela estivesse na casa com outro homem: “Nesse momento a gente já estava ligando para a polícia sem parar e ninguém vinha. Até amigos da gente foram até a delegacia e isso demorou 40 minutos e a cidade é muito pequena”. 

“Como o foco dele era o meu marido, eu pedi que ele saísse de casa, o tranquei na varanda no fundo e fui convencer [o suspeito] a não invadir minha casa, mas quando eu voltei ele já estava subindo a escada, arrombou a porta e entrou por um buraco que ele mesmo abriu [ ...] Eu, com calma pra tentar entender o mundo dele, o que ele ia faze, fui descendo aos poucos a escada e ele foi descendo atrás. Quando cheguei na rua fui me afastando mais, e ele o tempo inteiro com a faca na mão, dizendo coisa”, afirmou a jovem. Em seus Instagram ela também relatou as ameaças que ele fez contra o filho dela: Ele entrou, eu tendo um filho de 8 anos de idade que apesar de não estar em casa, o louco foi específico em dizer que conhecia meu filho, dando características físicas da criança.

Ela contou que não teve ajuda de nenhum vizinho e, durante todo o tempo, estava com a filha de 1 anos e quatro meses no colo. Enquanto estava na rua, ela deu a filha para uma pessoa que passava de carro e pediu para cuidar da menina e ela entrou em uma casa vizinha para se proteger.

O suspeito foi levado pela polícia, mas no sábado ele retornou para a casa de Isis e voltou a arrombar o portão, só que a família não estava em casa: “Dessa vez quem veio tirar ele de dentro da minha casa foi o meu pai, que saiu da casa dele e veio resolver o problema. Ela já havia tirado a roupa na rua, invadiu a casa novamente e quando o meu pai chegou ele estava sem roupa”.

Isis explicou que ele foi levado para o hospital, mas fugiu, e na segunda (13) foi novamente parar na sua porta: “Dessa vez eu estava em casa com meus dois filhos, meu marido e outros familiares e ele não fez nada porque se sentiu coagido porque tinha muita gente na frente da minha casa”. 

Depois ele saiu correndo na rua, foi para casa na minha sogra e entrou na igreja. Conforme Isis, a polícia conseguiu pegá-lo, levou novamente para o hospital e hoje foi transferido para uma unidade de tratamento em Feira de Santana.

O medo da mulher é saber o que vai acontecer após o homem ser liberado. “Quando ele tiver melhor, sob controle, vão jogar ele dentro da minha cidade novamente e não sabemos o que vai acontecer”. A reportagem tentou contato com a prefeitura de Nordestina para falar com a secretaria de Saúde para saber o que pode ser feito com o suspeito, já que, segundo a vítima, a mãe dele já é falecida, o pai é alcoólatra e os irmãos não moram na cidade, mas o telefone não foi atendido. 

Em contato com o delegado José Marcelo, delegado de Cansanção, contou que a cidade está sem delegado titular, ele é apenas substituto e delegacia funciona apenas em horário administrativo (8h às 12 e 14 às 18h). “Esse fato aconteceu a noite e poderia ter sido atendido pela PM, que se tivesse encontrado ele nessa situação de tentar entrar na casa, de causar dano, poderia ter apresentado ao plantão em Bonfim, se fosse o caso de flagrante”. O delegado informou que o inquérito já foi instaurado e foi marcado para amanhã a oitiva do marido de Isis. 

Já a PM afirmou, em nota, que os policiais militares do 6º BPM com a ajuda de um policial civil capturaram o homem e conduziram para a delegacia que fica na cidade de Cansanção. A polícia afirmou que foi acionada, por volta das 22h30, após um homem que aparentava ter problemas mentais invadir um estabelecimento comercial e tentar entrar na residência que fica na parte de cima da loja.

A nota segue afirmando que quando a guarnição chegou ao local o indivíduo que já havia quebrado a vitrine, estava com uma faca ameaçando um dos moradores e fugiu para a própria casa, mas foi capturado.

Hj quero chamar o máximo de atenção possível para uma situação que está acontecendo comigo e minha família, mas que tbm poderia ser a sua. Moro na Cidade de Nordestina-Ba onde reside também um indivíduo tido como doente mental. Pessoa q há mais de semana vem perseguindo a mim e minha família, entrando em meu comércio, passando horas na porta da minha casa, inclusive madrugada, onde por algumas vezes pedi ajuda pra pelo menos alguma autoridade intervisse conversando com ele... Quando na noite de sexta-feira 10/05/2019 o extremo aconteceu: depois de inúmeras ameaças ele quebrou a porta da minha loja (apenas com a força do corpo) arrebentou a porta da minha casa, armado, ameaçando matar meu marido, machucar minha família, falando obcenidades do tipo: vou colocar meu pênis em vc! Ele entrou, eu tendo um filho de 8 anos de idade que apesar de ñ estar em casa, o louco foi específico em dizer que conhecia meu filho, dando características físicas da criança, e com uma bebê de 1ano e 4 meses no meu colo, chorando e extremecendo a cada pezada q o ele dava na porta, hj agradeço por esse filme de terror ñ ter acabado da pior forma possível pq até o momento meus prejuízos foram apenas materiais e psicológicos, pois depois de muita ameaça com minha filha no colo eu consegui correr pra rua, e a população (tirando algumas poucas pessoas que nos ajudaram chamando a polícia, me trancando em sua casa, acolhendo minha filha q no momento corria risco de vida, tanto quanto meu marido e eu) tirando essas poucas pessoas a quem tenho imensa gratidão, sinto vergonha das pessoas q ao verem todo aquele horror acontecer nada fizeram além de postar vídeos, fotos, e assistirem de camarote oq poderia ter sido o assassinato de uma família inteira e no dia posterior ir especular na minha porta os detalhes do ocorrido (agradeço tbm as pessoas que realmente perguntaram por preocupação) hj profundamente abalados, minha sogra que já tem síndrome do pânico está em choque, minha mãe e eu em delicado estado de nervos, meu marido na mesma cidade que esse infeliz, tendo que conviver com as ameaças ainda constantes (o texto continua nos comentários)

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