Polícia

Tatuador que torturou namorada é condenado a quase 20 anos de prisão em regime fechado

Carlos Alberto/BNews
Além disso, o agressor terá que pagar seis salários mínimos de indenização por danos morais  |   Bnews - Divulgação Carlos Alberto/BNews

Publicado em 19/07/2019, às 18h35   Yasmim Barreto


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Em menos de um mês da primeira audiência, o tatuador Marcos Alexandre da Silva, 25 anos, foi condenado a 19 anos e oito meses de prisão em regime fechado por torturar e deixar a companheira, Deisiane Souza Cerqueira, 18 anos, em cárcere privado, no município de Camaçari. Além disso, segundo a advogada da vítima, Monalisa Freitas, o agressor terá que pagar seis salários mínimos de indenização por danos morais. ‘’Além dos 19 anos, ele foi condenado a pagar seis salários mínimos em indenização por danos morais, porque a casa dela ficou destruída, ela teve gastos com médico, enfim, mas ele não pagou ainda’’.

Ao BNews, Monalisa ressaltou que a defesa recorreu a decisão e, de acordo com ela, há possibilidade da redução da sentença por Marcos Alexandre ser réu primário e sem antecedentes criminais. 

‘’Ele não tem nenhuma sentença contra a conduta dele que não possa ter a reforma dessa sentença. Eu não acredito que ele seja solto agora, mas que diminua a pena eu acredito que sim’’, afirmou.  

O depoimento do agressor – A jovem de 18 anos que, entre outras evidências, estava com o rosto com edemas, marcas de mordida nas costas, que relembrava que foi amarrada na cama e teve os olhos colados, teve suas acusações negadas pelo tatuador durante o depoimento, conforme Monalisa Freitas. ‘’Ele quis descredibilizar ela o tempo todo, disse que ela era depressiva e que ele ajudava na cura, porque Deise era desequilibrada, se cortava. Ela realmente tinha alguns problemas com depressão e tem umas marcas de corte, mas isso aconteceu quando era mais nova, e ele usou isso em sua defesa o tempo todo’’. 

Ainda conforme a advogada, Marcos Alexandre justificou que as marcas de mordidas foram durante o ato sexual e com consentimento. ‘’Ele teve a coragem de negar tudo’’, disse. 

A recuperação – Com os traumas vividos durante o ciclo de violência, a jovem Deisiane não planeja sair de Camaçari, onde tudo aconteceu, e demonstra melhoras no dia-a-dia, mas ainda necessita de cuidados específicos como acompanhamento 24h. ‘’Ela não pensa em sair daqui, mas ainda está fazendo acompanhamento com psicólogo, porque ela ficou bem desorientada mesmo, aí hoje em dia ela ainda precisa de vigilância o tempo todo, de gente tomando conta, porque para tomar decisões sozinha ainda é complicado’’, relatou Monalisa.  

Relembre o caso –  Deisiane Cerqueira denunciou, no dia 19 de março, a violência que sofreu com Marcos Alexandre, após dois meses de relacionamento. Segundo a jovem, o ciclo de agressões durou seis meses, quando foi resgatada pelo pai, Robson Cerqueira Santos, 43 anos. 

Na ocasião, Deise estava amarrada na cama e implorava por ajuda. '’Foi o pior dia, o dia que eu mais apanhei, que eu mais sofri abusos e aí eu já estava sem esperança, até do nada eu ouvir uma voz me chamando’’, relembrou. 

Após o resgate, a vítima realizou o Boletim de Ocorrência (B.O) na DEAM de Camaçari, conseguiu a medida protetiva e Marcos se entregou a polícia. 

Classificação Indicativa: Livre

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