Polícia

GGB refuta uso de termo travesti para se referir a suspeito de participação em chacina

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Benjamin Franco da Silva, conhecido como " Amanda", foi preso na última quinta (26). Parte da cobertura realizada pela imprensa tem descrito o suspeito como uma travesti  |   Bnews - Divulgação BNews/Vagner Souza

Publicado em 28/12/2019, às 12h08   Redação BNews


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O presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB) Marcelo Cerqueira refuta a utilização do termo travesti para se referir a Benjamin Franco da Silva, preso na última quinta-feira (26) e acusado de envolvimento na chacina de motoristas por aplicativo, no bairro da Mata Escura.

O crime aconteceu no último dia 13 de dezembro. Conhecido como " Amanda", Franco da Silva tem sido identificado como uma travesti em parte da cobertura realizada pela imprensa local.

“Benjamin não tem aparência de travesti. Tem aparência masculina. Mesmo que ele tivesse retirado as evidências para retirar as aparências femininas do corpo e assim pudesse mudar de aparência ficariam traços evidentes e não os tem”, argumenta Cerqueira, por meio de nota encaminhada ao BNews neste sábado (28).

O presidente do grupo acrescenta que Benjamim aparentemente não tem sinais de aplicação de hormônios femininos ou de aplicação de silicone nos seios. Para Cerqueira, o uso do termo na cobertura do caso constitui em uma calúnia às pessoas do gênero, reforçando a transfobia que este grupo sofre cotidianamente.

“As travestis e as transexuais precisam de Uber e motoristas por aplicativos e elas não devem serem (sic) confundidas porque elas são pessoas de bem, muito diferente de tipos como este que diz que é ‘travesti’”, conclui. O representante do GGB também descreveu a chacina como um episódio chocante, cruel e desumano, manifestando apoio aos familiares das vítimas.

Leia a íntegra da nota emitida pelo Grupo Gay da Bahia:

O Grupo Gay da Bahia (GGB) através do seu presidente Marcelo Cerqueira vem a público reconhecer os esforços da Polícia Civil na busca e apreensão do quinto elemento suspeito da morte dos quatros motoristas de transporte por aplicativo na cidade do Salvador. 

Ressaltamos que esses crimes não só chocaram a sociedade baiana pelo requinte de crueldade mas pela desumanidade e pelo motivo fútil. O nosso coração se une a dor de todos os familiares neste momento de sofrimento terrível.

No dia de hoje, sexta-feira, 27, a polícia apresentou  Benjamin Franco da Silva, 25, anos, conhecido como Amanda, travesti. Ele é o último suspeito e o caso está encerrado, um criminoso confesso.

Benjamin não tem aparência de travesti. Tem aparência masculina. Mesmo que ele tivesse retirado as evidências para retirar as aparências femininas do corpo e assim pudesse mudar de aparência ficariam traços evidentes e não os tem, aparentemente não tem sinais de hormônios e nem silicone, por exemplo.

As travestis e as transexuais precisam de Uber e motoristas por aplicativos e elas não devem serem (sic) confundidas porque elas são pessoas de bem, muito diferente de tipos como este que diz que é "travesti". Cada vez que o nome " travesti" é citado essa comunidade é caluniada impunemente pela conduta de um marginal a identidade de um grupo que sofre cotidianamente da transfobia e essa exposição contribui ainda mais.

As trans e as travestis estão escrevendo as suas histórias de cidadanias e de respeito, este tipo de sujeito não faz parte desta luta. Travesti e transexual, cidadão de bem, atenda e transporte, não rejeite! Nem todo israelita é de Israel.

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