No balanço das operações da Polícia Federal em 2011 divulgado pela Folha de São Paulo desta segunda-feira (2) chegou-se ao valor de R$ 3.2 bilhões de recursos públicos desviados. O dinheiro servia, por exemplo, para pagar propina a funcionários públicos, empresários e políticos.
De acordo com o apurado pela reportagem da Folha, o montante é duas vezes maior que em 2010, quando chegou a R$ 1.5 bilhão e 15 vezes o encontrado em 2009 (R$ 219 milhões).
O aumento vertiginoso se deve, segundo a própria PF, à formação de equipes especializadas neste tipo de crimes. É o caso de Bahia, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Sul e São Paulo. O Distrito Federal vai ganhar uma unidade específica de Repressão a Desvios de Verbas Públicas ainda em janeiro.
Os valores mencionados são apenas aqueles já provados. Trata-se do valor provado nas investigações, que são repassados para o Ministério Público tentar reaver o dinheiro.
Entre as operações, a maior apreensão de dinheiro da história das investigações no Brasil foi realizada em 2011. Em Osasco, Grande São Paulo, foi encontrado, na casa de auditores da Receita Federal, o equivalente a R$ 13,7 milhões.
Em outra operação, a Casa 101, a PF desmontou um esquema de contratos com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) que pode ter desviado R$ 67 milhões.
Já no Rio Grande de Sul, a Operação Saúde, teve o saldo de 34 funcionários públicos municipais presos, acusados de desviar verbas federais destinadas à compra de medicamentos. Em um ano, o grupo teria movimentado um total de R$ 70 milhões.