Polícia

Apresentadora acusa ex-mulher do namorado de ameaça e injúria racial

Arquivo pessoal
A ex-mulher afirmou que a confusão ocorreu há mais de um ano e meio e que também foi ofendida pela apresentadora  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 02/12/2020, às 10h14   Redação BNews



O que era para ser uma fase de pura alegria se transformou em um pesadelo na vida da apresentadora de TV e empresária baiana Naama Rodrigues. Em agosto de 2019, ela encontrou um novo amor após ambos se separarem de seus antigos companheiros, mas, segundo ela, passou a ser perseguida pela ex-mulher de seu namorado.

Naama diz que foi ameaçada de morte, insultada de diversas maneiras e, por ser negra, atacada sobre seu cabelo, cor da pele e roupas. Em áudios encaminhados ao BNews, ela mostrou que foi chamada de ‘preta, pobre, cabelo duro, favelada, vagabunda’, entre outras palavras utilizadas de forma pejorativa. A responsável pelos ataques seria Ana Cristina Guedes, mais conhecida como Tininha Guedes, que afirmou à reportagem que também foi ofendida pela apresentadora.

A ex-mulher trabalha na revista Yacht Clube da Bahia e foi casada com o atual namorado de Naama por 14 anos e tiveram um filho. Por atuar na área comercial, teria garantido à Naama que acabaria com a vida e a carreira dela. 

“Vou acabar com a sua vida e a sua carreira. Você tem filhos pra criar, pra sustentar. Como você vai sustentar se eu acabar com a sua carreira?”, afirma Tininha em um dos áudios. “Vadia, safada, cabelo de chapinha [...] você está perdendo a sua reputação e clientes por causa disso (andar com homem supostamente casado). Se ligue que a minha guerra é pesada, tenho mais poder, dinheiro e conhecimento que você, conheço a Bahia inteira”, diz em outra parte do áudio.

Por conta das mensagens, Naama registrou dois Boletins de Ocorrências contra Tininha. Além disso, ela pretende entrar com processos contra a ex-mulher do namorado e a revista Yacht, pois o perfil oficial da publicação foi utilizado para difamar a empresária. Em nota, a revista informou que o perfil usado não é o oficial do meio de comunicação (leia no final).

“Me sinto muito triste com isso. Eu quero justiça, não é por vingança. Eu vi minha avó e minha mãe contarem histórias de racismo pelas quais passaram. Eu nunca tinha sentido na pele algo tão grave. Dói na alma! Chorei muito. Mostrei tudo para a minha filha de 11 anos e ela me apoiou. Não vou deixar passar. Essas pessoas têm que ser expostas e o racismo tem que parar”, desabafou Naama.

O caso está registrado desde o final de 2019 na 23ª Delegacia Territorial, em Lauro de Freitas, mas Naama reclama que até hoje Tininha nunca chegou a ser ouvida. A Polícia Civil disse que a apresentadora registrou ocorrência, em agosto do ano passado, "quando se comprometeu a retornar à unidade e apresentar elementos para o embasamento da sua denúncia, no entanto, a mesma compareceu em 30 de novembro de 2020 para ser ouvida e apresentar os materiais". 

Outro lado


Tininha se defende das acusações e diz que Naama acabou com a sua família há cerca de um ano e meio e estaria divulgando a “guerra” entre elas, pois o pivô da briga teria decidido tentar reatar o casamento. 

“Tem um ano e meio que terminei meu casamento porque descobri que ela era aluna do curso do meu marido e virou amante dele. Quando descobri tudo, botei ele pra fora de casa. No início, foi muito difícil e começamos a entrar em guerra. Ela também me ofendeu muito, disse que eu era mal-amada. Foi uma guerra sem fim”, relatou Tininha.

Ela diz que teve depressão, precisou de tratamento psiquiátrico e teve que fazer um Boletim de Ocorrência contra Naama, pois a empresária teria feito ligações constantes de um número privado, sem local e horários definidos e várias vezes ao dia, inclusive para o seu trabalho, a fim de perturbá-la psicologicamente. 

“Deixei a justiça nas mãos de Deus. Foi uma briga de marido e mulher. Fui superando e seguindo a minha vida [...] Ela destruiu a minha família, o meu casamento de 14 anos”, completou Tininha.

Posicionamento da revista

Em nota enviada ao BNews após a publicação da matéia, a revista informou que o perfil oficial da revista é o @revistayachtmais e não o mencionado na reportagem. "A Revista Yacht Mais reforça que repudia, veementemente, toda e qualquer forma de descriminação, calúnia, injúria e difamação de qualquer cidadão, além de não autorizar, por parte dos colaboradores, a divulgação e propagação de conteúdos ofensivos que tragam sofrimento a qualquer pessoa, posto que não condiz com a nossa política de ética e responsabilidade como meio de comunicação", afirmou a nota.

A revista informou, também, que está disponível às autoridades competentes para prestar esclarecimentos e informações que "se fizerem necessárias ao deslinde do caso". 

Leia a nota na íntegra:

A REVISTA YACHT MAIS, veículo de comunicação de mídia impressa e virtual, que atua há 15 anos no mercado  baiano, vem por meio desta informar que a página oficial da Revista Yacht Mais para interação dos seus colaboradores, clientes e leitores é o perfil @revistayachtmais e não o mencionado nesta reportagem.

A Revista Yacht Mais reforça que repudia, veementemente, toda e qualquer forma de descriminação, calúnia, injúria e difamação de qualquer cidadão, além de não autorizar, por parte dos colaboradores, a divulgação e propagação de conteúdos ofensivos que tragam sofrimento a qualquer pessoa, posto que não condiz com a nossa política de ética e responsabilidade como meio de comunicação.

Nosso posicionamento é de solidariedade a todas as vítimas de agressões e ofensas performáticas no sentido de não pactuar com qualquer tipo de desrespeito, especialmente os que atingem o conjunto de atributos intelectuais, físicos e morais de uma pessoa, desmerecendo o seu apreço pela coletividade e despromovendo a sua autoestima.

A política da nossa forma de comunicar e interagir com leitores leva em consideração a importância e consciência de não promoção do sofrimento de qualquer pessoa, e por isso, reforçamos a importância de se manter a mobilização social e garantir o compromisso da justiça no sentido da apuraçãocriteriosa das causas e responsáveis, com o objetivo maior de evitar a repetição de tanta dor e prejuízo para a vida.

A Revista Yacht Mais informa que está disponível para as autoridades competentes para prestar esclarecimentos e informações que se fizerem necessárias ao deslinde do caso.

Continuaremos trabalhando para compartilhar amor, empatia e consciência social no cenário de comunicação digital e impresso do mercado baiano, construindo horizontes de acolhida e solidariedade para o Brasil e para Mundo.

REVISTA YACHT MAIS

Atualizada em 8/12/2020 às 17h42

Classificação Indicativa: Livre

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