Polícia

Governo: "Nossa proposta é que eles saiam e voltem a trabalhar"

Imagem Governo: "Nossa proposta é que eles saiam e voltem a trabalhar"
Grevistas: "Vamos resistir. Se houver algum tiro, que parta deles. Não vamos levantar as armas"  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 06/02/2012, às 01h03   Caroline Gois




6º dia de greve. De um lado, policiais militares, família - mulheres e crianças. Do outro - o governo, as propostas. No meio - o medo da população. A crise na segurança pública do Estado da Bahia chegou ao limite, após momentos de saques, protestos, mortes e paralisações.



No fim da tarde deste domingo (5), o ultimato: "Quero minha casa de volta até à 0h de hoje", disparou Marcelo Nilo, presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL). Nilo convocou a imprensa no quartel do Exército, localizado na Mouraria e foi claro ao explicar os motivos para querer que os grevistas saiam de lá. "Não vou dar espaço para foragidos da lei ficarem armados dentro de um prédio público. Já são cinco dias de manifestação”. Ele afirma que esteve com Prisco, líder do movimento policial, em três oportunidades e que houve intransigência por parte dos manifestantes.



Quando a notícia de uma possível invasão chegou na AL, o clima de tensão tomou conta dos grevistas e familiares. O líder Prisco convocou todos na porta da assembleia e anunciou: "O exército está vindo. O Coronel Castro me ligou e disse que vou ser preso e enviado para um presídio federal. Eles podem vir, mas iremos resistir. Não vamos levantar as armas. Se houver algum tiro, que parta primeiro deles", disse, sendo aplaudido pelos policiais.

Durante toda a noite, os PMs realizaram atos para reforçar a força e objetivo do movimento. Gritos como: "PM está parada" e o canto do hino nacional revelavam que os grevistas não estão dispostos a deixar o local.



E na noite de hoje, o secretário de comunicação do Estado da Bahia, Robinson Almeida, entrou em contato com a equipe do Bocão News e declarou: "Nossa proposta é que eles saiam e voltem a trabalhar". O secretário informou que caso isso aconteça, em seguida, há possibilidade de negociação. "Eles devem deixar a Assembleia e os 11 líderes que estão foragidos devem se entregar", afirmou, reconhecendo a ilegalidade da ASPRA. "A Aspra é ilegal. De qualquer forma eles não nos ofereceram propostas. Não recebemos carta, nada", pontuou.

Na tarde de hoje quarenta homens do Comando de Operações Táticas, a Tropa de Elite, da Polícia Federal (PF) desembarcaram na capital baiana. Por determinação do governo federal, a Tropa de Elite vai executar os mandados de prisão expedidos contra integrantes do movimento grevista da Polícia Militar.



 Os policiais federais especializados vieram de Brasília, numa aeronave própria da PF, que ficará à disposição para remoção dos detidos aos presídios federais. Além desses, outros 15 homens do Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal na Bahia darão apoio às operações.

Além disso,  militares das Forças Especiais do Exército e da Brigada de Paraquedistas desembarcam na Base Aérea de Salvador, para reforçar ainda mais a segurança no estado. Os militares federais estão contando ainda com a participação de homens da Polícia Militar e da Polícia Civil para garantir a ordem e a paz.

Nesta noite, o governo ofereceu uma proposta de 6,5% de reajuste referente ao mês de janeiro, caso os grevistas desocupem a AL e retomem as atividades.

Com tanto aparato, sem muitas conversas e poucas propostas - o temor e angústia da população continuam. De um lado, a falta da segurança. Do outro, a falta de solução. Até o fechamento desta matéria, a situação na AL permanece a mesma.

Fotos: Roberto Viana // Edson Ruiz // Gilberto Junior

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