Polícia

Pau Brasil: PM faz bloqueios contra disputas entre fazendeiros e índios

Publicado em 20/04/2012, às 06h12   Redação Bocão News


FacebookTwitterWhatsApp

Policiais armados com fuzis e metralhadoras realizaram bloqueios nesta quinta-feira (19) em todas os acessos a Pau Brasil (553 km de Salvador) para evitar manifestações e confrontos na cidade.

Carros eram revistados por tropas de elite da Polícia Militar da Bahia no município que está no epicentro de um confronto fundiário entre índios e fazendeiros pela criação de uma reserva de 54 mil hectares --área equivalente a cerca de um terço da cidade de São Paulo.

Como o 19 de abril marca o Dia do Índio e o feriado local pelo aniversário do município, esperava-se que os indígenas poderiam promover protestos, o que não ocorreu.

Os índios pataxó hã hã hãe deflagraram uma série de invasões de fazendas para pressionar o Supremo Tribunal Federal a julgar ação de 1982 que anula os títulos de propriedade emitidos pelo governo da Bahia.

Em Pau Brasil, o clima de normalidade predominou durante as comemorações do aniversário da cidade, em contraposição à tensão instalada no campo.

Técnicos da Funai (Fundação Nacional do Índio) e policiais federais percorreram fazendas invadidas no município, junto com fazendeiros, para acertar detalhes da liberação de gado ainda retido nas propriedades.

"O conflito pode existir e ninguém pode prever o que pode acontecer. Os ânimos estão acirrados, mas esperamos que seja resolvido pelo bom senso, com a decisão da Justiça", disse Rômulo de Sá, técnico da Funai que participou da negociação.

Nas propriedades visitadas nesta quinta-feira, os índios autorizaram a retirada do gado. Nos últimos dias, os pataxós já haviam permitido que fazendeiros retirassem móveis das casas e animais das terras.

"Podem tirar tudo que quiserem, só queremos a casa, que é nossa", afirmou Acaíque Pataxó, que lidera a invasão de uma fazenda a cerca de 10 km de Pau Brasil.

O pecuarista Laércio Resende, 43, que acompanhou a retirada de 420 cabeças de gado do local, reclamava da situação. "Na verdade, a propriedade é nossa, compramos e pagamos. É uma situação muito triste, estamos tirando o gado daqui do conflito e pedindo ajuda para deixar na fazenda dos outros", afirmou.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp