Polícia

Construtora de luxo é acusada de 'dar calote' em operários

Imagem Construtora de luxo é acusada de 'dar calote' em operários
"A Gatto é responsável por empreendimentos de alto padrão, mas nada de pagamento", diz um trabalhador  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 17/04/2013, às 19h31   Alessandro Isabel (Twitter: @alesandroisabel)


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Operários que prestaram serviços para a Construtora Gatto – responsável por empreendimentos de alto padrão – denunciam uma série de irregularidades praticadas pela empresa com escritório localizado na Barra, em Salvador.  

De acordo com os trabalhadores que ajudaram na construção dos condomínios de luxo Giardini Naxo, em Patamares, e Palazzo Versilia, na Barra, a Gatto demitiu dezenas de profissionais e não pagou os valores referentes ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e a rescisão contratual.

Edemilson Machado, trabalhou 14 meses como servente no Palazzo Versilia, foi demitido no dia 03 de janeiro de 2013 e até a presente data não recebeu nenhum benefício. “Eles disseram para eu ir buscar meus direitos na Justiça”, afirma Edmilson.

Situação mais grave vive o carpinteiro Wellington Marcos. Ele trabalhou por mais de cinco anos e afirma não ter recebido: aviso prévio, mês trabalhado, férias, recisão contratual e FGTS. “Minha esposa está grávida de nove meses, estou devendo o aluguel, estou desempregado e na audiência marcada na SRTE eles enviaram um advogado, que não tinha procuração, e que não falou nada. Uma postura antiprofissional e terrorista. Estou desesperado e mendigando esmola de amigos e familiares para continuar alimentando aminha família”, conta Marcos.

“Enquanto a empresa precisou de mim estive lá para erguer vários prédios luxuosos. E hoje eles não querem ceder algo que é meu de direito. Não estou pedindo, estou exigindo algo que é meu, mas que a direção não tem competência e consciência para pagar”, desabafa.

O auxiliar de almoxarifado Jaime Conceição também engrossa o coro de descontentes. Ele também trabalhou 14 meses para a empresa, foi demitido em junho de 2012, assinou um acordo com a Gatto em janeiro de 2013 com a promessa de receber até o inicio de fevereiro, mas: “eles não cumpriram. Prometeram diante da juíza que pagariam, fiz planos com o valor e até o momento não recebi um centavo”.

O Sintracom – sindicato da categoria – confirma as irregularidades cometidas pela construtora e já acioou o setor jurídico para entrar com representações. De acordo com Erivaldo Evangelista, tesoureiro do sindicato, a Gatto não envia representantes nas audiências e medidas mais drásticas deverão ser adotas. “Fizemos dois pedidos de reunião na SRTE e eles não compareceram. Total descaso. Uma ação fiscal está sendo construída e o próximo passo é irmos até o canteiro de obras”, garante.

A reportagem do Bocão News manteve contato com a empresa e até o fechamento da matéria não recebeu resposta para as denúncias dos trabalhadores. “Enquanto eles constroem prédio para milionários, anunciam sucesso de vendas, famílias de trabalhadores que ergueram e continuam erguendo empreendimentos estão passando fome”, reclama mais um operário que prefere preservar a identidade.


Nota originalmente postada às 13h do dia 17

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