Caso New Hit: Ruy Barbosa volta ao normal, mas a polêmica continua nas ruas

Publicado em 05/09/2013, às 16h10 Tony_Silva (Twitter:@Tony_SilvaBNews)

Considerada como uma cidade pacata, Ruy Barbosa, a cidade natal do vice-governador da Bahia, Otto Alencar (PSD), voltou a ser cenário de um dos julgamentos mais polêmicos da Bahia na terça-feira (3).

Apesar de adiado para os dias 17, 18 e 19 de setembro, a continuidade do processo que julga os integrantes da banda New Hit, deixou rastros polêmicos na cidade, depois de tumultos que envolveram manifestantes, acusados e advogados, além do prefeito da cidade, José Bonifácio (PT).

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Na terça-feira (3), advogados dos acusados de estupro alegaram ter sido ameaçados e agredidos verbalmente. “Eu estava almoçando e os manifestantes tentaram invadir o restaurante com insultos e xingamentos. Disseram que - quem defende estuprador também é um – Não sabendo eles, que meu cliente está para ser retirado do processo, pois ele nem estava no ônibus no dia do fato. Mesmo assim eles nos ameaçaram com fogos de artifício, tive que parar de almoçar. Acho que eles devem deixar a Justiça trabalhar”, afirma o advogado do produtor da banda, Antonio Alberto.

População de Ruy Barbosa se queixa dos tumultos

Moradores e comerciantes se queixaram da desordem que alguns grupos que se manifestam a favor da condenação dos acusados promovem na cidade.

Uma proprietária de um estabelecimento disse que uma de suas funcionárias foi ameaçada. “Minha funcionária foi abordada por pessoas que estavam se manifestando contra o grupo e seguraram no braço dela com força, querendo obrigar ela a mostrar em qual pousada os músicos estavam hospedados, para que essa pessoa fosse levada até eles, pois queriam agredir os acusados”, desabafa a empresária.

De acordo com os donos de estabelecimentos da cidade, quando acontece julgamento do caso New Hit, quase nenhuma pousada ou hotel aceita os acusados de estupro, pois para eles, isso significa bagunça e insegurança no ponto comercial deles. “O povo aqui de Ruy Barbosa é brando, são pessoas de fora que vem com essa sede de Justiça e certas horas perdem os limites, o que não é bom para nosso comércio, nem nossa cidade, que é tão tranqüila”, afirma comerciante.

Uma estudante de 18 anos que não quis se identificar, disse a reportagem do Bocão News que não sai de casa em dias como esse. “Minha mãe fica assustada quando tem julgamento desse caso aqui e nem me deixa sair de casa”, explica.

Segurança

O capitão Capinan, que é o responsável da 2ª Companhia da Polícia Militar (CIA/PM) de Ruy Barbosa, disse para a reportagem do Bocão News que o policiamento atendeu todas as necessidades do julgamento. “Nesta terça-feira (3), trabalhamos com um efetivo de 22 policiais e mais a presença do Tenente Coronel Uzeda, comandante do 11º Batalhão, o qual integra a 2ª CIA. Não houve nenhuma intercorrência durante o julgamento. Os problemas que aconteceram nos restaurantes foram rapidamente controlados”, explica o capitão.

Ainda segundo Capinan, para os próximos julgamentos dos dias 17,18 e 19 deste mês, terão o mesmo efetivo, e ainda uma guarnição da Companhia de Emprego Tático Operacional (CETO), de Feira de Santana.

A 2ª CIA da PM de Ruy Barbosa em dias normais conta com dois policiais para atender 35 mil habitantes, entre bairros e distritos. De acordo com informações preliminares de fontes ligadas ao site, para evitar outros transtornos e tumultos nos próximos dias do julgamento, tanto os acusados quanto advogados e familiares, deverão ficar hospedados no mesmo hotel ou pousada, para que o policiamento tenha condições de se concentrar em um ponto.

Na noite de quarta-feira (4), houve uma manifestação da Marcha Mundial das Mulheres, na praça onde, elas se despediram e avisaram a volta do grupo nos próximos dias de julgamento. Elas realizaram atividades com exposição de vídeos e encenação teatral com temas abrangendo a violência contra mulher. O clima na cidade é tranquilo e a rotina normal foi retomada.

Fotos: Tony Silva / Bocão News
Nota originalmente postada às 9h do dia 5

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