Polícia

Advogado baiano denuncia cantor da banda Jota Quest ao MP

Imagem Advogado baiano denuncia cantor da banda Jota Quest ao MP
Rogério Flausino deverá responder pelo crime de preconceito após chamar soteropolitanos de preguiçosos  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 06/09/2013, às 06h29   Alessandro Isabel (twitter: @alesandroisabel)




O advogado baiano Juno Barbosa Leite apresentou ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) uma notícia crime denunciando Rogério Flausino, cantor da banda Jota Quest, por crime de preconceito.

Flausino foi vaiado no último sábado (31) durante a apresentação que fez no Festival Circuito Banco do Brasil, que aconteceu no Wet’n Wild, em Salvador, após chamar os soteropolitanos de preguiçosos. “Queria saber o seguinte. Domingão, amanhã provavelmente ninguém vai trabalhar. Aqui em Salvador a rapaziada já não trabalha normalmente, mas domingão nem fudendo”.



A frase ganhou repercussão nacional e deverá parar no tribunal caso o MP e a Justiça acate a denúncia de Juno. O advogado se mostrou indignado com as palavras de Flausino e espera que a solicitação do documento de cinco páginas seja atendido pela promotoria baiana. “Não falo como advogado e sim como um cidadão. Me senti extremamente ofendido pelas palavras altamente preconceituosa dele e todo tipo de preconceito deve ser punido como determina a lei”, disse para a reportagem do Bocão News.

Juno esteve ontem (04) na sede do MP, em Salvador, para apresentar a notícia crime contra o vocalista da banda mineira, que terminou pedindo desculpas pelas declarações. “Não adianta se desculpar após cometer o delito”, enfatiza o advogado que aguarda o MP decidir se vai ou não oferecer a denúncia para a Justiça.



“Temos que deixar de aceitar ofensas como se fosse algo normal. Não sou preguiçoso e não aceito esse estigma de que somos ociosos”, conta Juno ao ressaltar que qualquer pessoa que tenha se sentido ofendido pela frase de Flausino pode ir até a sede do MP e formalizar a denúncia. “As pessoas ainda não tem conhecimento desse instrumento que temos a nosso favor”.

Caso o Ministério Público acate, a solicitação será encaminhada para a Justiça baiana que vai avaliar a denúncia de preconceito. “Tudo dando certo e prosseguindo nos trâmites corretos, o juiz deverá intimar Flausino para se defender e ele terá que vir para Salvador responder pelas acusações”, explica.



Segundo o advogado ele segue sustentado pela Lei N° 9.459 em que pune os autores dos crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A pena é de um a três anos de reclusão e multa. “Não estou preocupado se ele vai ou não ser preso. Quero apenas que todas as pessoas deixem de faltar com respeito com os baianos trabalhadores”.





Publicada no dia 05 de agosto de 2013, às 11h47

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp