O delegado William Chan, titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil, foi o entrevistado da noite desta terça-feira (24) e declarou que, de acordo com sua experiência no dia-a-dia da profissão, não há outra opção além de promover a diminuição da maioridade penal. O policial admite que sua opinião é polêmica, mas defende o entendimento reivindicando que a situação da violência não pode ser tratada apenas no viés científico.
De acordo com Chan, quadrilhas atuais estão se valendo das atribuições do Estatuto da Criança e do Adolescente para colocar jovens nos grupos e, assim, escapar de punições. Um exemplo é um adolescente de 14 anos que, na região de Camaçari, é líder de gangue de tráfico de drogas e assalto a mão armada. O delegado argumenta que o entendimento do estatuto não é mais válido na atual situação do país.
“Hoje o sistema não pune porque tem um entendimento dizendo que (o adolescente) não tem maturidade suficiente para saber o que é certo e o que é errado. Já eu entendo ao contrário. Com a massificação dos meios de comunicação, o menor sabe muito bem o que é certo e o que é errado. Acho que ele tem a capacidade para separar o joio do trigo e, por isso, tem que ser punido”, argumenta.
William Chan falou também sobre outros assuntos da prática policial e também revelou outras opiniões polêmicas aos olhos de alguns analistas. Para ele, o usuário de drogas não deve ser descriminalizado e que, apesar do Código Penal precisar ser revisto, as punições sobre os consumidores de drogas têm que ser endurecidas.
O policial avaliou a questão das drogas como a principal formadora de quadrilhas no estado e que também se torna responsável pela maioria dos homicídios na Bahia. “Acho que este é um problema de saúde mundial. É uma epidemia. A coisa chega a uma proporção preocupante. Muitos lares estão sendo destroçados por conta usuários de drogas”.
Nota originalmente postada às 18h56 do dia 24
