Denúncia:“policiais do Choque pagam para trabalhar e não recebem diária”

Publicado em 10/10/2013, às 06h41 Fabíola Lima (Twitter: @fabiolalimaa)

No Batalhão de Choque em Lauro de Freitas, 292 militares especializados amargam problemas de infraestrutura, falta de pagamento e falta de material de trabalho. Segundo denúncia de servidores da Polícia Militar (PM), que pediram para não serem identificados, há mais de um ano eles têm trabalhado em viagens e operações “perigosas”, mesmo com o déficit e sem receber diária.

“Desde março estamos indo e voltando para Itabuna devido às inúmeras missões de combate ao crime, e no mínimo ficamos lá por 10 dias. Trabalhamos sem receber um centavo da nossa diária de R$ 131”. No relato dos problemas no Choque, militares contam ainda que o Governo do Estado providenciou um ônibus para fazer o transporte do grupo, mas parece que esqueceram de algo importante. “É uma vergonha, se não bastassem todos os problemas que enfrentamos para conseguir continuar trabalhando, ainda temos que pagar para isso. O ônibus que eles nos cederam sempre falta combustível e temos que abastecer ou ficamos na estrada. E nunca soube de um policial que tenha sido ressarcido”, dispara.

Em fotos enviadas para a redação denunciantes mostram problemas de infraestrutura no lugar:

A reportagem do Bocão News ligou para a comunicação da PM e enviou e-mail solicitando resposta sobre as denúncias. Mas, até o fechamento desta matéria não houve retorno.

Às 19h01, desta terça-feira (8) a comunicação da PM emitiu nota rebatendo denúncias. Leia na íntegra:

Com relação às denúncias sobre a falta de estrutura do Batalhão de Choque, o Comando da Polícia Militar da Bahia esclarece que a sede da unidade passa por reforma na sua estrutura com o objetivo de proporcionar melhores condições de trabalho ao policial militar e, consequentemente, melhor servir à sociedade baiana. As obras envolvem reforma nos pavilhões, salas da administração, alojamentos, refeitórios; reestruturação de áreas de lazer e desporto; revitalização do stand de tiro e da pista de obstáculos; entre outras.

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Sobre o pagamento de diárias, estas são devidas quando o Estado não fornece alimentação e alojamento para a acomodação da tropa, conforme previsto na Lei de Remuneração da PMBA (Lei n° 3.803/80), artigo 39, inciso I, in totum: “Art.39 – Não serão atribuídas diárias ao policial-militar. I - Quando as despesas com alimentação e alojamento forem asseguradas;”, o que vem ocorrendo com as tropas que estão atuando em municípios do interior. Todo deslocamento, seja na capital e para o interior, é planejado previamente contemplando a logística de transporte, alojamento, hidratação e alimentação sem qualquer custo para o policial militar.

Para os deslocamentos o Batalhão de Choque dispõe de uma estrutura de transporte de tropa, que recentemente foi reforçada com a aquisição de dois micro-ônibus. A frota é abastecida pelo programa do Estado denominado CTF (Controle Total de Frota), que possibilita, de forma automatizada, a colocação de combustível em postos credenciados.

Investimento – Desde 2012 todos os policiais militares do Batalhão de Choque possuem carga fixa individual de equipamentos, a exemplo de colete balístico e armamento. Foram adquiridos robô e aparelhos de raio x para missões com explosivos, identificador de gases, alicate hidráulico, materiais químicos e munições não letais, além de 25 novas motocicletas.

A matéria foi publicada às 11h20 do dia 8 de outubro

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