O promotor David Gallo, do Ministério Público Estadual, demonstrou decepção ao falar sobre a soltura da médica Kátia Vargas na tarde desta segunda-feira (16) durante entrevista ao programa “Se Liga Bocão”, da Rádio Itapoan FM. Segundo o jurista, a conquista da liberdade por parte da acusada das mortes dos irmãos Emanuel e Emanuelle Dias irá atrasar o julgamento.
Para Gallo, agora que está fora da cadeia, Kátia Vargas terá a possibilidade de usar, por meio de seus advogados, “todos os recursos possíveis e imagináveis” para atrasar o julgamento. Ele ressaltou que apesar da manobra ser malvista aos olhos do público, ela é legal e prevista no andamento jurídico.
“Mas nós nos preparamos para isso. Nós entendemos que, em principio, só caiba a ela o recurso do Tribunal de Justiça. Teoricamente ela tem direito a outros recursos, no Superior Tribunal de Justiça e em tese ao Supremo Tribunal Federal, só que esses não suspendem andamento do feito. O único que suspende é o de agora, que vai ser submetido ao TJ”, explicou.
De acordo com a interpretação do promotor, a sequência de recursos que a defesa de Kátia Vargas irá impetrar deve jogar o julgamento para algum momento entre os meses de julho e agosto de 2014. O representante do MP lamentou o fato e disse que, caso a médica permanecesse na cadeia, o júri poderia ocorrer por volta de janeiro. Um dos recursos, inclusive, pode ser da acusação de duplo homicídio triplamente qualificado.
Críticas a Molina – O promotor também aproveitou para fazer duras críticas ao perito paulista Ricardo Molina, que desqualificou os laudos técnicos da polícia baiana ao confeccionar um estudo paralelo sobre o acidente ocorrido em setembro. Gallo afirmou que a postura do especialista foi “irresponsável” e “leviana” e que as calúnias que fez aos profissionais baianos terão consequências criminais e judiciais.
“Aí, a palavra que se adequa mais é ‘pirotecnia’. Você pode chamar o que ele fez de tudo, menos de laudo técnico. Aquilo é um laudo feito por uma pessoa que é um grande contador de histórias e criador de fatos inverídicos. Ele tem que contar uma história ao gosto do freguês, que é a principal suspeita e real acusada de um duplo homicídio triplamente qualificado. Ele veio à Bahia unicamente para dizer barbaridades e vai responder judicialmente por palavras caluniosas que fez contra policiais. Ele está atirando para todos os lados para justificar o que ele falou”, disparou o jurista.
Publicada no dia 16 de dezembro de 2013, às 18h45
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