Polícia

ÁUDIO: Delegada minimiza droga 'boa noite, Cinderela' e recusa medida protetiva: 'ficar alegrinha'

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Delegada minimizou ameaça sofrida por vítima de violência doméstica  |   Bnews - Divulgação Foto: Unsplash

Publicado em 02/04/2023, às 08h41   Cadastrado por Vinícius Dias


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Uma vítima que sobreviveu a casos de violência doméstica sofreu uma nova ameaça de seu agressor e foi até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher para prestar queixa e pedir uma medida protetiva contra seu agressor.

Ela foi atendida pela delegada Natália Santos Magalhães, que trabalha na unidade. Magalhães negou o pedido sob a justificativa de "não lotar o Judiciário". O caso aconteceu em 2022 e piora por conta da maneira como ela tratou o relato da vítima sobre ser dopada.

"Acho que nem é droga, né? Ele colocou um negócio para você ficar alegrinha. Boa noite, Cinderela, algum negócio assim, né?”, questionou a delegada após a vítima relatar que o ex-namorado falou com amigos no WhatsApp que colocaria drogas em sua água. As conversas foram reveladas pelo Intercept Brasil. O caso aconteceu em Muriaé, no interior de Minas Gerais, em março de 2022.

Em outros momentos, um dos amigos fez insinuações sobre violência: “Tem que levar na brincadeira mesmo, se for levar a sério, você mata uma mulher dessas e ainda vai ter que escutar feminista falando que foi crime de ódio”. O mesmo homem fez alusão a um estupro contra Maria: “Contra a vontade que é gostoso. Faz ela ficar pensando o resto da semana”.

Quando as conversas pararam nas mãos de Maria, começaram as ameaças. Primeiro, os recados chegavam por terceiros em mensagens de texto. Depois, de acordo com o registro de ocorrência, o ex e o amigo favorável ao estupro foram à casa dela e ameaçaram persegui-la até que as mensagens fossem apagadas.

“Para que você quer uma medida protetiva, se você não está em risco? Qual ameaça, qual dano você sofreu?”, questionou. “Se ele já não foi mais na sua casa, já resolveu parte do problema”, argumentou.

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