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Caso Emmily: Justiça determina nova autópsia em baiana que caiu de prédio na Argentina

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Emmily Rodrigues caiu de sexo andar durante festa em apartamento de empresário, em 2023  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes sociais

Publicado em 15/01/2024, às 21h07 - Atualizado às 21h14   Cadastrado por Victória Valentina


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Após quase dez meses da morte da baiana Emmily Rodrigues, que caiu do sexto andar de um prédio em Buenos Aires, na Argentina, a família da jovem segue em buscas de respostas e não se conforma com o primeiro laudo. Diante disso, o pai da jovem, Aristides Rodrigues, pediu na Justiça a determinação de uma nova autópsia no corpo da brasileira, que será realizada nesta terça-feira (16).

A família de Emmily vai contar com médico legista Carmelo Nápoli para identificar a existência de lesões que possam não ter sido encontradas na primeira análise. Em vídeo, Aristides justifica que eles nunca acreditaram na versão da queda dada pelo empresário Francisco Sáenz Valiente, dono do apartamento onde Emmily estava no fatídico dia. Ele é apontado pela família como principal suspeito. (Assista abaixo)

O novo médico legista teria analisado imagens deste primeiro laudo e indicado lesões que foram produzidas por agressões antes da queda, como: marcas de queimaduras causadas por ponta de cigarro em cima da mão, arranhões de unhas no pescoço, lesão de arraste no abdômen, dois cortes lineares e um em paralelo no pulso da mão direita compatível com produzidos por objetos cortantes e não por uma queda.

Além disso, a nova autópsia busca constatar furos de injeção, uma vez que, durante as gravações das chamadas para a polícia antes do crime, Emmily foi ouvida gritando que haviam injetado algo nela.

A família também afirma que, durante as investigações, "foi identificado indícios de que a janela por onde Emmily caiu pode ter sido violada por agentes da polícia científica chegando ao ponto de ser facilmente visualizada as diversas marcas que chegaram a remover parte da tinta branca da janela, o que indica que provavelmente buscaram limpar os rastros de sangue".

EMMILY

Conforme a defesa da família da baiana, resultados dos exames de DNA constam a presença de DNA de Francisco embaixo das unhas de Emmily, indicando sinais de defesa, e na blusa da jovem, o que indica provável retirada da peça de roupa a força.

A autópsia original identificou que os ferimentos sofridos pela baiana eram compatíveis com a queda sofrida. Um exame toxicológico indicou que ela usou drogas antes do acidente. Resquícios de álcool, maconha, ketamina, cocaína e ecstasy foram identificados no corpo da mulher, segundo laudo do Laboratório de Toxicologia e Química Jurídica do Corpo Médico Legal, divulgado em maio do ano passado.

Relembre o caso

A baiana Emmily Rodrigues morreu ao cair do sexto andar do prédio onde o empresário Francisco Sáenz Valiente morava, em uma área nobre de Buenos Aires, dia 30 de março de 2023. Ele era apontado como o principal suspeito do crime, chegou a ser preso, mas foi liberado no dia 19 de abril por não haver razões para mantê-lo custodiado, segundo a Justiça. Desde então ele responde em liberdade e utilizando tornozeleira eletrônica.

Além da jovem, outras duas mulheres estiveram no apartamento de Valiente no dia da morte, entre elas uma outra brasileira, de 37 anos, que presenciou a queda. Ela foi identificada como Juliana Magalhães Mourão. A outra mulher já não estava mais no local quando Emmily foi encontrada no pátio interno por moradores.

De acordo com informações do jornal argentino La Nácion, o empresário disse em depoimento que estava na companhia das duas brasileiras, ingerindo bebidas alcoólicas, quando a vítima aproximou-se de uma janela voltada para a rua para tentar se jogar. Ainda de acordo com a versão dele, após não conseguir abri-la, a jovem teria corrido em direção a uma outra janela e se atirado.

Já Juliana teria relatado a investigadores do caso que houve uma discussão entre a baiana e Valiente, e que tudo se agravou a ponto da vítima agredir fisicamente o agora investigado por homicídio. A testumunha tinha ferimentos nas mãos e arranhões, o que chamou atenção da polícia.

O site argentino Télam digital publicou que, na noite anterior à morte da jovem, ela esteve na companhia de um grupo de pessoas, entre elas o empresário e Juliana. Eles estiveram em um restaurante e, em seguida, em um bar. A baiana teria ido ao apartamento de Valiente a convite da brasileira. Após a queda, a vítima chegou a ser socorrida por um agentes do Corpo de Bombeiros, mas não resistiu e morreu a caminho de um hospital. A família dela está na Argentina e não há informações se o sepultamento acontece na capital baiana ou em Buenos Aires.

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