Polícia

Criança com Down é impedida de participar de brincadeira infantil em shopping

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A criança de 10 anos não pode ficar sozinha, enquanto crianças neurotípicas de 5 anos poderiam brincar sem nenhum adulto  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal
Camila Vieira

por Camila Vieira

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Publicado em 17/07/2023, às 17h31


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 A mãe de Melina Sales dos Santos, denunciou que sua filha, de 10 anos, com síndrome de Down, foi impedida de brincar sozinha, no Shopping Iguatemi Brasília, localizado no Distrito Federal. Ela que também é presidente da Associação DFDown contou que a menina foi proibida, no último domingo (16), de participar de uma atração que permite que crianças neurotípicas (com desenvolvimento neurológico considerado "padrão") de cinco anos fiquem sem acompanhantes.

De acordo com a presidente da Associação DFDown, o shopping coloca um cartaz com informações de que a criança precisa estar acompanhada e oferta 50% de desconto para a pessoa com deficiência. 

“O que está em jogo não é o valor da atração, é a atitude discriminatória do espaço que permite que crianças com cinco anos fiquem desacompanhadas, mas uma criança com deficiência intelectual com 10 anos não possa ficar sem alguém a seu lado para 'controlá-la'.

A atendente do caixa me ironizou quando falei que sabia da legislação que protege a pessoa com deficiência de discriminação e nos tratou o tempo todo com desdém e hostilidade”, protestou.

Por meio de um vídeo veiculado nas redes sociais, Melina, de 43 anos, que é moradora da Asa Sul, relatou que a filha estava muito feliz porque ia assistir à atração da Turma da Mônica, na área central do shopping. A mãe contou que a menina já esteve nesse tipo de brinquedoteca, no próprio local, e aproveitou bastante, sem nenhum problema.

“Zilah, minha filha, tem 10 anos, é alfabetizada, estuda em turma regular, sabe se comunicar bem, faz natação, ginástica artística, balé, instrumento musical e tem síndrome de Down. E, por causa disso, uma atração que aceita receber crianças a partir de cinco anos desacompanhadas impede Zilah e outras crianças com deficiência de brincar sem um responsável ao seu lado. A atração possivelmente parte do princípio de que ela daria mais trabalho, ou de que seria incapaz de brincar civilizadamente com as outras crianças, precisando de supervisão constante (não dos assistentes do parque), mas de seus responsáveis”, afirmou.

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