Polícia

Daniel Alves: defesa nega estupro alegando que mulher estava lubrificada; argumento é condenado por médicos

Lucas Figueiredo/CBF
O argumento é que a suposta vítima estaria lubrificada no momento do suposto ato  |   Bnews - Divulgação Lucas Figueiredo/CBF

Publicado em 02/03/2023, às 20h13   Camila Vieira


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O caso do jogador Daniel Alves ganhou mais um capítulo. A defesa do jogador alega à justiça espanhola que não houve estupro, pois, a relação entre o jogador brasileiro e a jovem teria sido e comum acordo. Na tentativa de assegurar essa versão, Cristóbal Martell, o advogado de defesa, usou como argumento um relatório médico do Hospital Clínic, onde a jovem foi atendida logo após as supostas agressões sexuais.

De acordo com o documento, os médicos apontam que não foram identificadas lesões vaginais típicas de relações sexuais secas ou lesões compatíveis com sexo à força. Em outras palavras, a suposta vítima estaria lubrificada no momento do suposto ato.

Mas o fato de ter lubrificação vaginal não pode ser considerado como sexo consensual. Especialistas ouvidos pelo Globo alegam que a lubrificação vaginal não é sinônimo de excitação. Os hormônios femininos, estrógeno e progesterona, induzem a produção de secreção tanto do cólo do útero quanto das glândulas vaginais e vulvares.

”A presença de muco lubrificante na vagina não quer dizer que ela estava excitada na hora da relação sexual”, afirma ginecologista e médica do grupo de cirurgia oncológica da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, Marianne Pinotti.

O médico Maurício Abrão, coordenador de Ginecologia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que a lubrificação vaginal varia de indivíduo para indivíduo e de acordo com a fase do ciclo menstrual. “O ponto forte é na excitação, mas durante o ciclo menstrual tem momentos que a lubrificação está maior ou menor. Em paralelo, existem situações que geram uma lubrificação não fisiológica, que é causada por um corrimento vaginal, por exemplo”, explica Abrão.

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