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Embaixadores boicotaram agenda de Bolsonaro no exterior para não passar vergonha: entenda

Agência Brasil
O Itamaraty tinha receio que algumas situações com Bolsonaro se repetissem e causassem crises e afetassem a imagem internacional do Brasil  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 19/05/2023, às 17h50   Cadastrada por Letícia Rastelly


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Para reduzir o risco de crises e vergonhas ao Brasil, os embaixadores do chamado alto escalão do Itamaraty evitaram marcar reuniões entre líderes estrangeiros e Jair Bolsonaro (PL), durante gestão do ex-presidente. A informação é do jornalista Jamil Chade, do Uol.

A ordem interna dos diplomatas era a de "contenção de danos", de modo que não eram feitos esforços para solicitar esses encontros e, quando eram reuniões com vários líderes, eles alegavam que não tinham recebido respostas. As exceções eram os raros convites realmente feitos ao Brasil, que costumavam partir de países liderados pela extrema-direita.

A medida surgiu após uma viagem de Bolsonaro para o Fórum Econômico Mundial, em Davos, pouco tempo após a sua posse, em 2019. Para esse encontro, o Itamaraty se esforçou e conseguiu o palco central do evento, onde ele poderia discursar por 40 minutos, mas só falou por seis. Além disso, comentários constrangedores feitos diretamente as autoridades colocou os embaixadores em alerta, pois isso poderia criar crises e afetar a imagem internacional do Brasil.

Constrangimentos

Ainda segundo Jamil, uma das situações que culminou na decisão dos diplomatas foi uma situação ocorrida ainda em Davos. Na época Shinzo Abe era o primeiro-ministro japonês e Bolsonaro fez um comentário sobre uma ex-namorada que ele teve de origem japonesa, gerando um tenso silêncio enquanto o líder processava a informação. Por fim, ele riu, o que gerou um alívio, mas, ao mesmo tempo, um alerta.

Quando não era um comentário desnecessário, Bolsonaro não tinha assunto com os demais líderes. Isso aconteceu em jantar oferecido pelo presidente chinês Xi Jinping ao presidente brasileiro, ainda em seu primeiro ano de gestão, onde eles praticamente não se falaram durante toda a refeição.

Isolamento

Com essas barreiras, o ex-presidente vivia a repetir encontros com os mesmos líderes quando viajava para encontros como a Assembleia Geral da ONU ou outros fóruns. Esse isolamento foi percebido durante o G20, que ocorreu em Roma, em 2021, quando Bolsonaro esteve rodeado de líderes que ele não trocava impressões sobre a situação internacional.

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