"Já é costume": Funcionária agredida na Fonte Nova faz revelação sobre torcedor e conta detalhes do caso

A atendente do bar, localizado dentro da Arena Fonte Nova, que foi agredida no último domingo (12), contou detalhes do ocorrido. O episódio aconteceu durante a partida entre Bahia x Atlético Paranaense, que terminou em 1x1.

Em um vídeo, é possível ver que o torcedor está alterado e grita com a atendente. Com uma latinha de cerveja nas mãos, ele joga o objeto contra o braço da vítima. 

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Durante entrevista à Record TV Itapoan, Michele, que é responsável por liderar o bar, revelou que já conhece o agressor e que é costume acontecer confusões envolvendo o rapaz.

"Já é costume, é uma pessoa que a gente conhece, todos os jogos ele está lá, ele vai no nosso bar para ser atendido e quer levar lata, só que torcedor sabe que não pode levar. Já teve vezes de ele pegar e sair correndo", disse.

Ela ainda contou detalhes sobre o ocorrido, afirmando que o homem chegou a jogar mais de uma latinha e que uma delas por pouco atingia sua cabeça. "Ele arremessou várias latas, ele arremessou para pegar no atendente", declarou.

Segundo ela, a confusão começou com outro atendente, que teria recusado entregar uma lata de cerveja a ele, já que é proibido o torcedor usar latas na arena. Para isso, todas as bebidas são colocadas, pelos atendentes dos bares, em copos plásticos.

"Ele queria levar a lata e meu atendente informou que não poderia, que tinha que servir no copo, ele pegou a cerveja aberta e derramou o líquido no rosto do atendente, que acabou revidando", contou.

Após uma breve confusão, os ânimos se acalmaram, mas não demorou para que o torcedor revoltado retornasse. De acordo com a vítima, ele "chegou alterado, gritando a todo momento".

Outra parte do vídeo divulgado nas redes sociais mostra a mulher caminhando em direção ao torcedor. Ela, contudo, é contida por colegas de trabalho e por outras pessoas que presenciaram a cena.

Ela conta que após jogar as latas nos atendentes, amigos do rapaz o contiveram. "Os seguranças que estavam do lado de fora não fizeram nada", declarou. A vítima ainda explicou que tentou correr atrás do torcedor para poder identificá-lo após fazer boletim de ocorrência, no entanto, testemunhas impediram que ela seguisse atrás do homem.

Na entrevista, ela desabafou declarando ter "sensaçao de revolta". "Independente de eu ser ou não mulher, podia ser com homem, eu não acho justo ele agredir ninguém, a gente ali está trabalhando honestamente e todos os jogos a gente tem que ouvir agressão verbal, são pessoas que chegam lá revoltadas, xingando. A gente não debate com ninguém porque é torcedor revoltado, a gente entende, mas toda vez eu falo, o que eu não quero é que chegue às vias de fato, que ninguém agrida a gente aqui dentro", afirmou.

A jovem trabalha no local há mais de seis anos e afirmou que não imaginaria passar por uma situação como essa. 

O advogado que defende a jovem, Dalton Monteiro, declarou que solicitou à polícia que fosse enviado um ofício a Arena Fonte Nova para fornecer câmeras de segurança e também que seja enviado um ofício para o Esporte Clube Bahia para que eles apresentem a identificação do torcedor.

O Food Team, que gerencia o bar, afirmou por meio de um comunicado que está apurando o episódio e que repudia todo e qualquer ato de violência. "A vítima está sendo assistida de perto e estamos prestando toda assistência. Além disso, apoiaremos a polícia no que for necessário", informou. 

Já a Arena Fonte Nova afirmou que "reitera seu repúdio a qualquer ato de violência e informa que está sempre apoiando campanhas e iniciativas no sentido de promover a paz. Nesse caso específico, informa que já está apurando o ocorrido".