"Hoje está sendo agredida, amanhã pode estar morta", diz tia de criança supostamente agredida pela mãe

Em entrevista ao BNews, Silvana da Silva dos Santos, tia da criança supostamente agredida pela mãe, revelou novas informações sobre a menina autista, de apenas nove anos, que foi encontrada com marcas de espancamento e sozinha em casa.

Silvana declarou que precisou ficar com a criança enquanto a suspeita estava na maternidade, pois tinha acabado de ter um bebê. A menina, na ocasião, apresentava marcas de agressões.

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"Mês passado a criança teve que ficar comigo porque ela teve que ter neném, chegou no mesmo estado na minha casa. Como não tive como conversar com ela, já que ela estava na maternidade, a gente acabou abafando, mas dessa vez não teve como deixar", declarou a mulher ao BNews.

A tia da criança também contou que só descobriu que a menina havia sido espancada após uma pessoa, não identificada, mandar para ela um vídeo mostrando que a vítima estava presa em casa, sozinha.

"Recebi um vídeo que a criança estava presa em casa porque ela [mãe] não deixava ninguém ver a situação, mas como uma pessoa viu, passou o vídeo para mim, eu conversei com meu irmão mais velho e ele foi lá e fez a segunda gravação", explicou.

"A menina é autista, para ela, aquilo é praticamente natural, normal, mas não é normal o que está acontecendo com uma criança de 9 anos", disse.

Silvana também contou que a criança está sob a guarda do pai, que logo pela manhã buscou a menina. "O pai levou, pegou hoje pela manhã (...) Para 'se sair' dessa, porque a guarda está com ele, veio cedo e levou a criança (...) a gente ligou, mas ele desligou o celular". 

A familiar também informou que tem "sensação de dever cumprido" e que deseja que "a justiça seja feita".

"Vizinhos vêem situações, mas se calam, a gente não deve se calar porque hoje está sendo agredida, amanhã pode tirar uma criança morta", desabafou.

O BNews entrou em contato com a Polícia Civil, que informou que o "inquérito foi instaurado na Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Contra Criança e ao Adolescente (Dercca)". Além disso, oitivas serão realizadas e a unidade irá solicitar medida protetiva para a criança, que está com o pai. O Conselho Tutelar também será acionado.