Polícia

Marido de estudante diz que ela foi executada por PRF em abordagem: "Descarregou o fuzil"

Arquivo pessoal
Companheiro da vítima diz querer justiça contra PRF que atirou em abordagem  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 19/06/2023, às 16h27   Cadastrado por Sanny Santana


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O coletor de óleo Alexandre Roberto Ribeiro Mello, de 32 anos, afirmou que os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) executaram sua esposa, Anne Caroline Nascimento Silva, de 23 anos. A jovem foi baleada durante uma abordagem ocorrida por volta das 22h do último sábado (17), na Rodovia Washington Luiz (BR-040), no Rio de Janeiro.

Ao contrário do que dizem os policiais, Alexandre alega que estava parando o carro após ordem dos agentes. "Foi um assassinato. Ele descarregou o fuzil todo no carro. Os furos estão lá, os tiros estão todos no meu carro. (...) Foi execução", disse Alexandre.

"Minha esposa faleceu, ela não volta mais. Eu quero justiça contra ele. Eu vou até o final para ele ter a justiça merecida. Errou tem que pagar, matou tem que ser preso", completou o homem.

Os policiais alegam que o motorista não teria obedecido a ordem de parada dos agentes. O carro foi cercado e o policial disparou em direção ao casal. 

O agente da PRF que realizou o disparo, Thiago da Silva de Sá, chegou a ser preso no domingo (18), mas foi liberado após passar por audiência de custódia na Justiça Federal. Ele alega que o carro não parou na abordagem e ele, então, fez oito disparos em direção aos pneus.

"Eu escutei ele falar (pedindo para parar), imediatamente eu liguei o pisca-alerta. Eu estava no meio da rodovia, procurei um acostamento. Tanto é que eu parei na agulha e minha esposa já estava baleada", explicou Alexandre.

O marido de Anne contou ao g1 que os agentes desceram do carro transtornados, quando perceberam que tinham atingido a mulher que estava no banco do carona. Alexandre disse que os policiais afirmaram que a culpa pela morte de Anne era dele.

Ainda conforme a versão de Alexandre, após perceberem a mulher baleada, os agentes conduziram o carro dele para o hospital. O marido da estudante de enfermagem contou que a mulher chegou a pedir para não morrer.

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"Ela foi baleada e só falou: 'Amor, tomei um tiro, tomei um tiro'. Eu desci e coloquei a mão nela e senti o sangue. Aí eles mesmos levaram para o hospital. Eles tão nervosos, conduziram meu carro para o hospital. Eles viram a besteira que fizeram".

"No caminho do hospital ela ainda disse: 'Amor, não quero morrer, não quero morrer'", contou Alexandre.
Confusão no velório
Uma confusão se formou no velório de Anne Caroline, nesta segunda (19), no Cemitério Memorial do Rio, em Cordovil, na Zona Norte do Rio.
Durante a cerimônia de despedida, o marido da estudante chegou na capela onde o corpo estava sendo levado. O irmão de Anne queria impedir que o marido dela acompanhasse o velório, mas ele foi contido por outros parentes. Para o irmão da vítima, Alexandre foi culpado pela morte da jovem.

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