Polícia
O pai de uma menina deficiente mental e portadora de cardiopatia vem denunciando que sua filha foi estuprada por um entregador de água e gás do bairro do Parque São Cristóvão, em Salvador. O caso aconteceu no Dia dos Pais, no dia 13 de agosto, e o suspeito está desaparecido.
Como tudo aconteceu
Em entrevista ao BNews, o pai da jovem de 21 anos, de prenome Eltom, contou que buscou a menina onde ela mora com a mãe, na região de Itinga, para passar o Dia dos Pais com ele em Salvador. Os dois passaram o dia em casa, se divertindo com familiares e vizinhos.
Em certo momento, a jovem se afastou um pouco da residência do pai para brincar com duas crianças, de 10 e 11 anos, que faziam parte da vizinhança. "Elas três estavam na esquina. Eu fui em casa, fui no banheiro, passei na cozinha para comer. Quando voltei para o lado de fora, uma das meninas veio me avisar que um moço tinha chamado minha filha", relata Eltom.
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O pai chegou a questionar à menina quem era o rapaz que havia acenado para sua filha e para onde ela tinha ido, mas a criança não sabia responder. Uma busca pela jovem se iniciou com a ajuda de vizinhos e familiares. Passando mais de 1h procurando a filha, Eltom decidiu ligar para sua ex-esposa e mãe da menina para dar um suporte na busca.
Antes que a mãe chegasse, a jovem reapereceu. Segundo o pai, ela estava calada e nervosa, e apesar dos questionamentos sobre seu sumiço, permaneceu quieta e seguiu para dentro de casa. Cabisbaixa, a jovem falou pouco e contou sobre sua ida à casa do suspeito, após ele chamá-la. A menina, no entanto, só contou ter sido estuprada depois que chegou em Itinga, onde mora com a mãe.
"Descobrimos tudo e tentamos pegar ele, mas ele já tinha fugido. Até então a gente não sabia que tinha sido um estupro", declarou o pai, que procurou pelo suspeito antes mesmo de descobrir que sua filha havia sido abusada. O homem queria saber o que o rapaz queria com a jovem, mas não o encontrou.
Descoberta do estupro
A jovem contou detalhes sobre o crime, supostamente cometido pelo comerciante do Parque São Cristóvão, de 40 anos.
A menina contou que, quando estava brincando com as crianças, o comerciante acenou para ela, chamando para que ela fosse para a casa e comércio dele. A vítima, por já conhecer o homem, o seguiu.
A jovem relatou que o suspeito a levou para o quarto. No local, ele tirou a roupa da menina, amarrou as mãos da vítima e a estuprou violentamente. A jovem chegou a sangrar nas partes íntimas.
O homem ainda questionou se ela estava com celular e se havia feito alguma gravação do crime. Além disso, ele ameaçou ir atrás do pai dela caso ela contasse algo.
Depois da descoberta do estupro, a jovem foi levada para o Hospital Menandro de Faria, onde realizou exames e tomou um 'coquetel' de remédios para evitar DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e gravidez.
Abalado, o pai não participou da consulta ginecológica da jovem. "Eu não fui porque eu não aguentava, fiquei muito emocionado, não sei nem como estou conseguindo falar", declarou.
Ainda conforme Eltom, a médica constatou o estupro, relatando machucados no órgão sexual da jovem. A vítima seguiu para o IML (Instituto Médico Legal) para realizar o corpo de delito, no dia seguinte. "A médica do IML saiu chorando depois de ver minha filha", relatou o pai.
A denúncia foi registrada na 12ª Delegacia Territorial de Itapuã como estupro de vulnerável.
Quem era o suspeito
O suspeito do crime é um dono de um comércio de água e gás do Parque São Cristóvão. O comerciante também fazia entregas por todo o bairro. Dois dias antes do ocorrido, o homem chegou a entregar um botijão de gás na residência de Eltom.
Conhecido por todo o bairro, o suspeito, até antes do crime acontecer, era querido pelos moradores. Eltom tinha o contato do rapaz, e chegou a enviar um "feliz Dia dos Pais" para ele em uma mensagem feita por transmissão, no WhatsApp. Horas depois, o abuso aconteceu.
Apesar de não ter tido qualquer contato com o suspeito, o advogado do suposto criminoso o telefonou. "O advogado disse que foi concensual [a relação entre a jovem e o comerciante] e que eles eram namorados", disse, indignado.
Depois que a vizinhança tomou conhecimento do crime, na terça-feira (15), o comércio do suspeito foi fechado. "Todo mundo achava que ele era gente boa, inclusive eu, a gente nao podia esperar. Isso é traço de psicopata, finge que é tranquilo", afirmou o pai, revoltado com o ocorrido.
A Polícia Civil, que já investiga o caso, chegou a ir à casa do suspeito para levar uma intimação, mas não o encontrou no local. O pai declarou estar recebendo todo o suporte por parte dos investigadores. "Estão sempre me ligando, me ajudaram muito. As investigações estão acontecendo, está em andamento", afirmou Eltom.
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