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Polícia apreende toneladas de maconha em 'agronegócio'; entenda

Reprodução / O Globo
A maconha era cultivada em estufas  |   Bnews - Divulgação Reprodução / O Globo
Pietro Baddini

por Pietro Baddini

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Publicado em 27/08/2023, às 11h15


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Uma megaoperação, feita pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), revelou um crime cada vez mais comum, que é o cultivo de Cannabis sativa em escala, com o uso de estufas e equipamentos para potencializar o desenvolvimento das plantas. De acordo com O Globo, neste tipo de esquema, traficantes de classe média passaram até a buscar em favelas a proteção de criminosos armados para fazer o cultivo. Desta forma,  parte do lucro da venda ou da própria droga vai para as mãos dos bandidos, de acordo com investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil.

Segundo dados da corporação, obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI), em cinco anos, foram feitas 2.252 apreensões de pés de maconha no estado. Nessas ações, foram apreendidos 754 quilos de pés de maconha e outras 1.104 unidades. Em média, houve mais de uma apreensão por dia, de 2018 a maio de 2023. Sendo que em cada uma delas pode ter um ou mais pés. Investigações da Polícia Civil mostram que o negócio de produção de maconha em estufas vem se diversificando, ganhando novos locais e clientela fiel, disposta a pagar cerca de R$ 50 mil no quilo — enquanto a droga na favela sai a R$ 1,5 mil. A busca por um espaço em comunidade, segundo a delegacia, é feita para evitar locais onde a produção seria facilmente identificada. Em bairros de classe média, por exemplo, vizinhos denunciam o cheiro e a movimentação.

A Polícia Militar informa que só este ano seis estufas foram localizadas por equipes da corporação. Nessas ações, nove envolvidos foram levados a delegacias, e 380 pés de maconha foram apreendidos. Em 2021 e 2022, os agentes estouraram 21 plantações.

Pela Lei Antidrogas, é proibido plantar maconha em casa, mas a Justiça até autoriza o cultivo e o consumo para fins terapêuticos. Nenhum dos casos investigados pela DRE tinha o envolvimento de pessoas com indicação médica. Sem espaço nas bocas de fumo das favelas, essa droga mais pura, produzida em estufas, como o skunk, acaba sendo oferecida nas redes sociais. A DRE afirma que já tem investigações para identificar traficantes virtuais.

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