Polícia

Manifestantes protestam após caso de discriminação racial em agência da Caixa

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Ao BNews, presidente do PT em Salvador afirmou que é necessário protestar contra essas agressões que estão sendo repetitivas  |   Bnews - Divulgação BNews/Vagner Souza

Publicado em 26/02/2019, às 15h41   Shizue Miyazono*



Manifestantes fizeram uma mobilização, na tarde desta terca-feira (26), contra a agressão sofrida por Crispim Terral, no último dia 19, na Caixa Econômica Federal do Relógio de São Pedro, em Salvador - mesmo local onde ocorreu o protesto. Durante a manifestação pacífica, as pessoas que participavam do protesto gritavam palavras de ordem e discursava para os manifestantes e clientes do banco.
Vídeo: homem é retirado à força de agência da Caixa e denuncia discriminação racial
Ao BNews, Gilmar Santiago, presidente do PT em Salvador, afirmou que é necessário protestar contra essas agressões que estão sendo repetitivas. Ele explicou que, antes, o negro era olhado com desconfiança ao entrar em um banco, supermercado ou loja. "Agora estão indo além, estão indo para agressão".
O economista Washington Dias afirmou que atos racistas não são pontuais, já que as relações sociais no Brasil estão estruturadas no racismo e que é importante denunciar e se manifestar. "A gente tem um banco estatal, que se juntou com a polícia do Estado, a Policia Militar, para praticar um ato racista contra um dos nossos. Não podemos nos calar", ressalta.
Um dos manifestantes afirmou que um funcionário de banco disse que o gerente envolvido na confusão não era mais gerente da Caixa do Relógio de São Pedro, mas a informação não foi confirmada pela assessoria de comunicação.
Entenda o caso
Um homem foi às redes sociais denunciar um caso de discriminação racial que sofreu dentro da agência da Caixa Econômica Federal em Salvador. Crispim Terral afirma que esteve no estabelecimento do Largo do Relógio de São Pedro no último dia 19 pela oitava vez na tentativa de resolver um problema relacionado a dois cheques que voltaram.

No entanto, Terral relata que o gerente do banco o deixou esperando na mesa por mais de quatro horas. "Fui surpreendido mais uma vez pelo senhor Mauro, gerente responsável pela minha conta naquele momento, que me atendeu de forma indiferente enquanto me deixou esperando na sua mesa por quatro horas e quarenta e sete minutos e foi atender outras pessoas em outra mesa. Indignado com a situação, me dirigi à mesa do gerente general, o senhor João Paulo, que da mesma forma e ainda mais ríspida me atendeu com mais indiferença. Quando pensei que não poderia piorar foi surpreendido pelo senhor João Paulo com a seguinte fala “se o senhor não se retirar da minha mesa, vou chamar uma guarnição”, e assim o fez, chamou a guarnição. Dois policiais me pediram no primeiro momento de forma educada para que pudéssemos nos dirigir juntamente com gerente até a delegacia para prestar esclarecimentos. Até aí, tudo bem. O problema foi que ao descer ao térreo da agência, o gerente, o senhor João Paulo, falou que só iria à delegacia se os policiais me algemassem, e que ele 'não faz acordos com esse tipo de gente'", conta.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar da Bahia, mas ainda não obteve retorno. Em nota, "a Caixa informa que até o momento não foi identificada, por parte de nenhum dos seus empregados ou colaboradores, qualquer atitude de cunho discriminatório. A Caixa repudia atitudes racistas ou de discriminação cometidas contra qualquer pessoa".
*Colaborou Henrique Brinco

Classificação Indicativa: Livre

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