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Mais de um ano depois, morte de professora atropelada por médica na Pituba continua sem solução

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Geovanna Alves Lemos, de 41 anos, foi morta no dia 15 de março do ano passado e familiares seguem sem assistência   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 11/07/2019, às 09h53   Tiago Di Araujo


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Depois de quase um ano e quatro meses, e duas audiências, a morte da professora de dança Geovanna Alves Lemos, de 41 anos, segue sem solução. Ela foi morta no dia 15 de março de 2018 após a moto em que estava ser atingida bruscamente pelo carro, modelo Kia Sportage, conduzido pela médica Rute Nunes de Oliveira Queiroz, na Avenida ACM. No dia do acidente, a médica chegou a ser presa, mas foi liberada horas depois ao pagar fiança. Desde então, a família da vítima trava uma verdadeira batalha judicial.

No processo, o advogado da professora, Hermano Gottschall, defende que Geovanna foi assassinada pela médica que conduzia o veículo em alta velocidade fazendo uso de telefone celular, que teria sido comprovado por relatos de testemunhas, evidências constantes no inquérito policial e confirmado por laudo pericial da polícia técnica. Segundo ele, depois da colisão, Rute acelerou o veículo no intuito de evadir-se do local e acabou passando por cima do corpo da professora, que veio a óbito com severos traumatismos.

Apesar dos argumentos, o caso ainda continua a ser postergado. A primeira audiência foi realizada em fevereiro deste ano e a segunda no início do mês passado, nas quais, nada foi definido. Outra audiência já está marcada para o próximo dia 20 de agosto, às 9h, na 16ª Vara Criminal de Salvador, quando serão ouvidas as testemunhas de acusação.

A médica foi denunciada e responde a ação penal pública pelo crime de homicídio culposo, na forma do art. 302, do Código de Trânsito Brasileiro (Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor e deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente).  A médica foi enquadrada também no artigo 70, do Código Penal, por ter deixado de prestar socorro à vítima e pela tentativa de evadir-se do local do crime.

Nesta semana, a reportagem do BNews teve acesso às fotos públicas anexadas ao processo e que comprovam a gravidade do acidente que vitimou fatalmente a professora de dança. Nele, também consta imagens impublicáveis dos ferimentos sofridos por Geovanna, registradas durante o exame necroscópico, que de acordo com o advogado de acusação, comprova a versão de que a médica Rute Nunes passou com o carro por cima da vítima na tentativa de deixar o local.

A defesa dos familiares da vítima destaca que desde à época do acidente, nenhuma assistência foi prestada pela acusada Rute Nunes, seja financeira, médica ou psicológica, sendo que Geovanna era fillha única de Glovildes Alves (“Vidinha”) e provedora da casa. Dois meses depois da morte da filha, a mãe da professora conversou com a reportagem do BNewse falou da angústia de não ter respostas.

Uma ação cível corre, em paralelo à Ação Penal promovida pelo Ministério Público, uma Ação Cível de natureza indenizatória, em que visam os familiares, liderados por Glovildes Alves (“Vidinha”), reparação moral e material pelos danos sofridos com a morte de sua filha única. Uma nova audiência de instrução ainda será realizada antes do julgamento.

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