Polícia

Bahia tem cinco cidades entre as mais violentas do país; Simões Filho é a 4ª  

Agência Brasil
Simões Filho tem taxa de 119,9 homicídios por 100 mil habitantes.   |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 05/08/2019, às 13h15   Bruno Luiz


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A Bahia possui cinco municípios no ranking dos 20 mais violentos do Brasil. Neste grupo ingrato, Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, ocupa o quarto lugar, com taxa de 119,9 homicídios por 100 mil habitantes. 

As outras quatro cidades baianas que estão neste conjunto são Porto Seguro (7°), com taxa de 101,6; Lauro de Freitas (9°), 99,0; Camaçari (10°), 98,0; e Eunápolis (20°), 82,8. Os dados são do “Atlas da Violência - Retrato dos Municípios Brasileiros 2019”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta segunda-feira (5).

Confira o número de assassinatos nos cinco municípios baianos mais violentos:

Simões Filho - 156

Porto Seguro - 147

Lauro de Freitas - 187

Camaçari - 285

Eunápolis - 86

Estudo

O levantamento avaliou a situação de 310 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, com base em dados de 2017, tanto sobre população quanto de homicídios. Encontrou taxas de assassinato que variaram de 2,7 a 145,7 homicídios por 100 mil pessoas, esta última encontrada em Maracanaú (CE), cidade mais violenta do país. 

Os números foram calculados através da soma da quantidade de homicídios com o de homicídios ocultos. No entanto, as próprias instituições responsáveis pelo estudo apontaram distorções nos dados. De acordo com elas, 9.798 mortes violentas não tiveram a causa-base esclarecida (7,2% do total), ou seja, foram classificadas como mortes violentas com causa indeterminada (MVCIs). O fato não chega a gerar discrepâncias para o cálculo das taxas de homicídio, mas, quando a análise se centra nos municípios, “grandes discrepâncias podem ocorrer”. 

“Esses óbitos [de causa indeterminada], na verdade, seriam homicídios ou suicídios, ou mortes ocasionadas por acidentes, mas para os quais as autoridades e o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde (MS), falharam em estabelecer a causa correta. Do ponto de vista da análise da prevalência dos homicídios nas Unidades Federativas (UFs), essa porcentagem de indeterminação na natureza do evento que levou a um processo mórbido não gera tantas discrepâncias para o cálculo das taxas de homicídio [...]”, diz trecho do Atlas

“Entretanto, quando a análise se centra nos municípios, grandes discrepâncias podem ocorrer, pelo fato de alguns poucos homicídios ocultados pela classificação incorreta alterarem significativamente a taxa de homicídio local, fazendo com que municípios relativamente violentos sejam considerados pacíficos”, complementa o estudo. 

Como exemplo dessa discrepância, é mencionada a situação de Barreiras, no oeste baiano. Segundo a pesquisa, em 2015, houve um único homicídio registrado na cidade, o que a tornaria o município com mais de 100 mil habitantes mais pacífico do país naquele ano. 

Contudo, houve nesse período 119 MVCIs, sendo que 60 óbitos ocorreram devido à perfuração por arma de fogo e 23 decorreram do uso de armas brancas. “O fato é que, claramente, esses 119 casos de MVCIs estavam ocultando inúmeros homicídios, que levariam aquele município a configurar entre os relativamente mais violentos do país, dado o tamanho de sua população”, explica. 

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Classificação Indicativa: Livre

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