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Agente penitenciário flagrado tentando entrar em presídio com ilícitos sofre transtornos psiquiátricos

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Hildécio Fiuza vinha passando por acompanhado no Centro de Atenção Psicossocial  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 04/09/2019, às 13h30   Vinícius Ribeiro


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O agente penitenciário flagrado ao tentar entrar na Cadeia Pública de Salvador com facas, aparelhos celulares e maconha, na tarde de terça-feira (3), sofre de transtornos psiquiátricos, conforme informação da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) e do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia (Sinspeb). Apesar de estar exercendo as atividades, Hildécio Fiuza vinha passando por acompanhado no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

"Este servidor estava com um problema psiquiátrico, querendo se matar inclusive. Eu tinha dado ordem para afastar ele, em função do que o Sindicato tinha alertado, só que, segundo a Superintendência de Gestão Prisional, ele estava em tratamento pela junta médica do Estado, como vários servidores. Só que a junta médica não pediu o afastamento dele, como tem pedido em outros casos", argumentou o secretário Nestor Duarte, em conversa com o BNews.

Também procurado, o superintendente de Gestão Prisional, major Júlio César Ferreira, explicou que o afastamento carece de determinação médica: "O secretário não tem competência para afastar alguém se não for pelo aspecto técnico, ele estaria cometendo uma irregularidade. Ele precisa de uma recomendação médica para afastamento”.
Hildécio foi encaminhado para a Central de Flagrantes e depois para o Presídio Salvador, onde aguarda agendamento para audiência de custódia.

Caso isolado

O afastamento do servidor já havia sido solicitado à Seap pelo Sinspeb. "É importante dizer que esse foi um caso isolado, perpetrado por um servidor que deveria estar afastado das suas atividades laborais, visto que estava em tratamento psiquiátrico, sendo acompanhado por profissionais do CAPS", disse Reivon Pimentel, presidente do Sinspeb, ao BNews. Ainda segundo ele, "o sindicato e a categoria não coadunam com tais práticas, prova disso é que o flagrante foi feito por um agente penitenciário de careira". O servidor teria deixado o atendimento, o que elevou os transtornos nos últimos dias.

De acordo com o Sindicato, mesmo com o problema, o servidor era designado para atividades complexas como escoltas médicas. Segundo a entidade, umas das diligências envolveu acompanhamento do traficante internacional de drogas Geraldo Pocobi Filho, preso pela Polícia Federal em 2018, e custodiado no Conjunto Penal Masculino de Salvador- CPMS (unidade terceirizada). No entanto, o agente era lotado na Cadeia Pública de Salvador - CPS (unidade gerida plenamente pelo Estado). 

Questionados pelo BNews, tanto o secretário Nestor Duarte quanto o superintendente Júlio César disseram desconhecer o fato.

O destino do material flagrado na unidade prisional com o servidor será investigado pela Polícia Civil.

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