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Polícia Civil investiga desvio de recurso na Aspra

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Associação lidera movimento de greve na Bahia   |   Bnews - Divulgação Vagner Souza /Bnews

Publicado em 16/10/2019, às 13h03   Yasmin Garrido e Tamirys Machado


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O Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil (Draco) investiga desvio de recurso na  Associação dos Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (Aspra), que lidera greve de grupo da Polícia Militar desde o dia 8 de outubro na capital baiana e interior. Segundo o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, há “indícios fortíssimo de desvio de recursos”. 

“Estamos aprofundando e buscando provas de uma investigação já em curso no Draco que apura desvio de recursos da Aspra em contas bancárias pessoais de funcionários da administração da Associação. Não são o desvio de finalidade, promovendo e incitando a prática criminosa mas também crimes sendo praticados na administração da Aspra”, revelou durante a coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (16), sobre a operação deflagrada hoje na sede da Aspra em Salvador. 

Sobre a greve liderada pelo deputado estadual Soldado Prisco, Barbosa disse que é “inegável que Prisco sempre se fez em cima das greves da polícia. Em nosso olhar, não há dúvida de que existe interesse político nessas ações. Agora, o que nos faz refletir é que temos que buscar uma reflexão do ponto de vista político. Existem casos de greves em que, após todos os estragos causados, tivemos aprovadas anistias de policiais que promoveram greves e motins. Eu nunca soube na história do Brasil que as forças armadas federais tivessem feito greve e não tivessem tomado nenhuma repressão”, disse. 

O titular da SSP disse ainda que a Bahia não é “ terra sem lei. “Se quiserem fazer motim contra superiores hierárquicos, não haverá mais lei. Depois de todo esforço que fazemos, o MP encaminha as denúncias. E o que a gente quer é que não haja anistia em caso de responsabilização. É necessário que, quem legisle, tenha essa consciência para que esses casos não se repitam. Isso serve de exemplo de, para cada anistia concedida, mais situações como essa vão existir”, afirmou Maurício Barbosa. 

Entenda o caso: 

A Polícia Civil deflagrou no início da manhã desta quarta-feira (16) operação conjunta com o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e apreendeu R$ 5 mil em espécie e munições localizadas dentro de um Corolla alugado pela Assembleia Legislativa da Bahia, na sede da Aspra. A ação ocorre após o grupo ligado a Aspra e ao deputado estadual Prisco, anunciar a greve dos PMs, no dia 8 de outubro, e serem acusados de vários atos ilícitos, como invasões, arrombamentos e ligações com o tráfico. O MP abriu um inquérito para apurar os casos contra os policiais na semana passada e a Corregedoria da PM também instaurou inquérito na última terça-feira (15).

A decisão da Justiça atende a pedido formulado pelo MP, que sustentou que a entidade tem realizado assembleias incitando movimento paredista da classe dos policiais, afrontando o artigo 142 da Constituição Federal, e causando grave risco à segurança pública e à coletividade. 
Todas as contas das Aspra foram bloqueadas e as atividades suspensas nas sedes de Salvador, Alagoinhas, Barreiras, Feira de Santana, Guanambi, Ilhéus, Irecê, Itaberaba, Itabuna, Jacobina, Jequié, Juazeiro, Paulo Afonso, Porto Seguro, Santa Maria da Vitória, Santo Antônio de Jesus, Senhor do Bonfim, Serrinha, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista. 

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