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Contrariando vídeos que mostram violência, PMs citam "uso moderado da força" em Paraisópolis

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Vídeos feitos por moradores de Paraisópolis mostram policiais militares fardados agredindo jovens já rendidos  |   Bnews - Divulgação reprodução

Publicado em 02/12/2019, às 13h02   Redação BNews



​​​​​Em depoimento prestado à Polícia Civil, quatro policiais militares que participaram da ação na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, durante um baile funk, afirmam, numa só narrativa, que um criminoso em uma moto atirou contra eles e que, na perseguição a esse suspeito, tiveram de usar moderadamente a força. A confusão deixou nove pessoas mortas.

Vídeos feitos por moradores de Paraisópolis, que repercutiram durante todo o domingo nas redes sociais e que está sob posse da Polícia Civil e da Corregedoria da PM, mostram policiais militares fardados agredindo jovens já rendidos. Entre as agressões, há chutes, pisoteamentos, tapas no rosto e uso indiscriminado de cassetetes. Na ação, foram mortos jovens de 14 a 23 anos que estavam no baile funk DZ7, um dos bailes de favela mais conhecidos de São Paulo.

O Uol teve acesso aos depoimentos dos policiais militares Antonio Marcos Cruz da Silva, Vinícius José Nahool Lima, Thiago Roger de Lima Martins Oliveira e Renan Cesar Angelo. Todos são da Força Tática (agrupamento especial) do 16º BPM (Batalhão de Polícia Militar), que age na zona sul. Neles, uma mesma versão: estavam na operação, denominada pelo governo de São Paulo como "Pancadão" e que, ao se aproximarem de Paraisópolis, foram recebidos a tiros por um dos dois ocupantes de uma moto. "Eles [criminosos] adentraram em um pancadão, que é um baile funk clandestino, que ocorria na via pública, e mesmo se misturando entre os frequentadores do pancadão, o indivíduo continuava efetuando disparos de arma de fogo a esmo, o que causou grande confusão entre os frequentadores do pancadão", disse o policial Cruz da Silva.

Ainda segundo ele, essa confusão ocasionou o pisoteamento das pessoas. Ele afirmou que na tentativa de sair da favela, chamou reforço via rádio. E que, depois, retornou ao local onde viram viaturas apedrejadas. "Havia um grande número de pessoas descontroladas, sendo necessário uso moderado da força com emprego de cassetete e munição química". Os demais policiais disseram o mesmo.

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