Polícia

Após matéria sobre suposta execução de miliciano, jornalistas da Veja são detidos pela PM-BA

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Segundo a revista, os jornalistas tentavam entrevistar o fazendeiro, quando foram cercados por duas viaturas da Polícia Militar da Bahia  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Veja

Publicado em 14/02/2020, às 14h13   Redação BNews


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O repórter Hugo Marques e o repórter fotográfico Cristiano Mariz, da revista VEJA, foram detidos na manhã desta sexta-feira (14) enquanto tentavam apurar a localização do fazendeiro Leandro Abreu Guimarães, testemunha que pode esclarecer as circunstâncias da morte do ex-capitão Adriano da Nóbrega, em Esplanada, no último domingo (9). 

Segundo a revista, os jornalistas tentavam entrevistar o fazendeiro, quando foram cercados por duas viaturas da Polícia Militar da Bahia. Hugo e Mariz se identificaram e exibiram suas credencias de imprensa. Ainda assim, os policiais, armados, determinaram que os dois saíssem do carro, levantassem as mãos, abrissem as pernas para serem revistados. “Como é que vocês descobriram esse endereço?”, teriam indagado várias vezes um dos soldados.

Depois da revista, a polícia ainda teria apreendido o gravador do repórter. A revista afirma que, nele, havia diversas entrevistas feitas ao longo da semana sobre a operação da polícia baiana e carioca que resultou na morte de Adriano da Nóbrega. 

Os jornalistas receberam a ordem de seguir as viaturas até o distrito policial de Pojuca. Lá, agentes da polícia civil voltaram a questioná-los sobre o motivo da presença deles na cidade. Leandro Abreu é o fazendeiro que deu abrigo ao ex-capitão no município de Pojuca e uma das últimas pessoas a vê-lo com vida. Na delegacia, o gravador foi devolvido e os jornalistas liberados após 20 minutos. Um agente que se identificou como Sérgio Pinheiro informou à revista que a detenção dos repórteres foi uma medida de segurança. “Eles estavam parados em frente à residência de uma testemunha desse caso aí”, explicou.

Em sua última edição, a revista Veja trouxe fotos do corpo do ex-capitão que reforçam suspeitas de que ele foi morto com tiros disparados à curta distância – o que contraria a versão oficial da polícia baiana. As imagens também sugerem que, antes de morrer, Adriano da Nóbrega pode ter sofrido violência.

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