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Adriano da Nóbrega não foi morto com tiro próximo ou executado, afirma diretor do IML

Reprodução/ Polícia Civil
Questionamentos teriam sido feitos após a morte do miliciano em confronto com policiais militares, em Esplanada  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Polícia Civil

Publicado em 26/08/2020, às 12h23   Aline Reis e Leo Barsan


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Após a reconstituição do confronto que resultou na morte do foragido da Justiça e miliciano Adriano da Nóbrega, o diretor do Instituto Médico Legal (IML), Mário Câmara cravou que “não houve agressões ou suposta execução com tiro ‘próximo’ à vítima”. O resultado da repdrodução simulada foram apresentados pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia nesta quarta-feira (26)

À época da operação diversos questionamentos sobre a ação policial foram levantados, a partir da circulação de imagens e informações definidas pela SSP como "desencontradas". De acordo com Câmara, o primeiro disparo teria sido de fuzil na região supra clavicular, fraturando a clavícula com saída de alta energia, ocasionando fraturas no tórax do Adriano. “O impacto de um tiro de fuzil arrebenta o osso e descarta agressão física por parte dos policiais. Já o segundo tiro poucos segundos depois na linha axilar à esquerda, se aloja na cabeça com o percurso balístico. Esse disparo que veio do tórax foi quase fatal e imediato, atingiu pulmão e coração, pelo menos”. 

Uma lesão que seria especulada como coronhada ou uma abordagem anterior ao cidadão se trata, na verdade, de um corte na cabeça ocasionada após a morte, possivelmente, no momento em que ele caiu após a resistência, segundo o diretor do IML. 

Sobre a suposição de tiros próximos ou ‘execução’ foi descartada totalmente. “Nenhum tiro foi encostado ou próximo. Um caso desse deixa características bem especiais e obrigatoriamente teria ficado um 'granulado', uma espécie de tatuagem já que não sai, na entrada do ferimento da bala, o que não aconteceu nessa ocorrência. O ferimento no tórax dele está limpo, com uma pequena perfuração com sangue, que ao ser limpo, não deixaria nenhum tipo de marca”, destacou Mário.


A questão de tortura também não foi cogitada já que não dispõe de elementos para afirmar a possibilidade. 

Responsável pelo caso, o delegado Marcelo Sansão reiterou que Adriano morreu em decorrência de uma troca de tiros, o que afasta, mais uma vez, a possibilidade de execução. "É inegável que houve um confronto. O conjunto de provas trazido às investigações corrobora a versão dos policiais. A nossa preocupação sempre foi a de verificar a legalidade da operação. Adriano era altamente treinado, integrou o Bope, era atirador de elite e sabia, inclusive, como sobreviver em mata. A equipe agiu tecnicamente diante de um suspeito tão bem preparado", destacou.

Celulares e outros objetos apreendidos pelos PMs na casa onde houve o confronto foram encaminhados à polícia do Rio de Janeiro, que investiga o suposto envolvimento de Adriano da Nóbrega no assassinato da vereadora Marielle Franco, em março de 2018, além da participação dele em milícias. O conteúdo dos celulares não foi revelado. "Encaminhamos os materiais para o Rio de Janeiro. Se existirem informações importantes para investigações realizadas na Bahia, os dados serão compartilhados", concluiu Sansão.

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