Polícia

Presa por xingar enfermeira de “negrinha”, servidora já cometeu crime de racismo 14 vezes

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Em audiência de custódia nesta terça-feira (11), a Justiça do Distrito Federal concedeu liberdade provisória à servidora idosa  |   Bnews - Divulgação Reprodução
Camila Vieira

por Camila Vieira

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Publicado em 11/07/2023, às 17h45


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Presa em flagrante na segunda-feira (10) após proferir uma série de injúrias raciais contra uma enfermeira negra em um hospital do Lago Sul, em Brasília, a idosa Ana Elizabeth Avelino Caldas, 71 anos, acumula denúncias de crimes de racismo.  São 14 outras acusações.

O histórico policial da idosa traz casos em que ela ofendeu uma gari com gritos de “porca”, “imunda” e “lixo”, disse que não seria atendida “por uma preta” em uma lanchonete. Ainda há registros de que a suspeita xingou um porteiro de “preto fedido, asqueroso e inútil”.

Em audiência de custódia nesta terça-feira (11), a Justiça do Distrito Federal concedeu liberdade provisória à idosa, sem o pagamento de fiança, após avaliar que ela possui diagnóstico de transtorno bipolar desde 2004 e está em surto psicótico, não conseguindo se conter e conversar na audiência. Em razão disso, ela chegou a ser encaminhada para atendimento psicossocial e sua oitiva foi dispensada.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) se manifestou pela regularidade do flagrante e, em seguida, pela liberdade provisória com imposição de medidas cautelares diversas da prisão. A Justiça acompanhou as recomendações do MPDFT e verificou que a prisão em flagrante não tinha nenhuma ilegalidade.

Segundo a polícia, ela está em liberdade provisória após ter sido presa no hospital onde chamou a enfermeira de “negrinha”. Há quatro anos, em um dos casos em que Ana Elizabeth foi levada à delegacia, a Polícia Civil destacou no registro que ela “possui 28 ocorrências, sendo que em 14 é apontada como autora de fatos similares, possuindo diversos indiciamentos”.

Já em 2015, ela xingou e atacou uma gari que usava o banheiro de um supermercado do Lago Sul. “Você é uma imunda, que não passa de um lixo! Por isso que está nesse serviço”, teria dito, segundo a funcionária da limpeza. Ana Elizabeth teria até partido para a agressão contra a vítima, e acabou se trancando no banheiro para evitar a prisão. Depois de horas de negociação, foi preciso imobilizar a aposentada e aplicar fortes calmantes no hospital.

Racismo - Crimes de injúria e discriminação racial também se repetem na ficha da idosa. Em 2017, ela xingou um agente de portaria terceirizado de “preto fedido, asqueroso e inútil”, além de acusá-lo de ter roubado uma bolsa, que teria esquecido no banheiro. Dois anos depois, em uma rede de fast food, Ana exclamou: “Não quero ser atendida por uma preta. Quero ser atendida por uma branca”.

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