Relembre o misterioso desaparecimento de empresário na Avenida Bonocô

Há cerca de quatro meses, um empresário de Salvador que estava a caminho de um centro de compras desapareceu. O homem de 45 anos e pai de três rapazes, de forma misteriosa, sumiu após o veículo em que estava ficar sem gasolina no meio de uma das avenidas mais movimentadas da capital baiana: a Mário Leal Ferreira (Bonocô).

Familiares foram ouvidos, mas, até o momento, nenhuma pista sobre o paradeiro de Fábio de Souza Carmel. Um laudo das câmeras de segurança locais mostrou que um carro parou ao lado dele e que homens o colocaram dentro do veículo. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.

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Fábio tinha uma fábrica de salgados na Rua do Tesouro, região central da capital baiana. No dia 12 de maio, como de costume, ele deixou a residência em que morava, em Itapuã, por volta das 6h, em direção ao trabalho. No veículo dele estavam um dos seus filhos e funcionários.  

Depois de deixar todos no estabelecimento comercial, ele precisava cumprir a agenda do dia, que incluía uma ida a um centro de compras, na Avenida Barros Reis, e a um banco, onde seriam depositados R$ 11 mil. O dinheiro pagaria os salários dos seus colaboradores.

Desaparecimento

Mas um imprevisto mudou os planos do empresário. Enquanto passava nas imediações da Avenida Bonocô, na altura da entrada da Estação Brotas do metrô, por volta das 9h, o tanque de combustível do veículo esvaziou. Ele fez uma ligação para um dos seus filhos, que mandou um funcionário do pai ir até o local dar um suporte.

Durante o trajeto, o empregado e o empresário mantiveram o contato, mas a ligação foi interrompida no meio da conversa. “Depois disso, ninguém conseguiu falar com ele. Cerca de seis minutos depois, o rapaz chegou, mas meu irmão já não estava mais lá”, disse Jamile Carmel, irmã do empresário.

O carro de Fábio permaneceu no mesmo local, até ser guinchado pela Transalvador. O dinheiro em espécie que estava dentro do automóvel continuou no mesmo lugar, o que pode ajudar a polícia a descartar que o empresário foi vítima de um latrocínio, que é o roubo seguido de morte.

Suspeita 

A família de Fábio tem uma suspeita, mas tudo, até o momento, não passa de especulações. “Ele começou a ter um relacionamento com uma garota entre o final de setembro e o início de outubro. Essa menina tinha um ex-namorado que era meio perseguidor. No começo do ano, ele recebeu um recado que o homem mandou por outra pessoa. Ele mandou dizer ao meu irmão que estava com a mão cheia de pólvora. Desde então, o clima ficou pesado. Eu sabia [da ameaça], os filhos dele sabiam, minha mãe sabia, mas o tempo passou e ninguém tocou mais no assunto”, continuou Jamile.

A família nutre a esperança de que o caso possa ser desvendado o mais rápido possível para que as incertezas desapareçam. Pessoas próximas a Fábio foram ouvidas pela polícia, mas os familiares não têm acesso ao andamento das investigações. “Imagino [que os investigadores] saibam de alguma coisa que nós não podemos saber, para não atrapalhar as investigações. O que eu sei é que eles consideram que o meu irmão esteja morto, já ouvi algumas vezes que eles lutam para desvendar o caso e encontrar o corpo”, completa a irmã do empresário.

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