Salvador

Ex-mulher acusa DJ de agressão, que rebate: “quer prejudicar minha imagem”

Arquivo Pessoal
Caso foi registrado na Deam, no bairro de Brotas  |   Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal

Publicado em 06/01/2019, às 15h22   Redação BNews



O fim de um relacionamento transformou-se em um pesadelo para a bacharel em Direito Juliana Galdino, 26 anos, que afirma ter sido agredida pelo ex-namorado, João René Espinheira Moreira, 33 anos, conhecido como DJ John Oliver. O caso ocorreu no apartamento dela, no bairro da Pituba, em Salvador, na madrugada de sábado (5).

Segundo o boletim de ocorrência, Juliana foi atingida por socos, chutes e pontapés. No documento, é relatado que ele arremessou um objeto de vidro na cabeça da mulher, pisou várias vezes na vítima e disse que iria matá-la. As agressões geraram ferimentos no rosto, cabeça, pescoço e braços.

“Estou muito machucada. Ando cambaleando porque a porrada foi muito grande. Fez um machucado de sete centímetros em minha cabeça. Ele me chamou de várias coisas, desgraça, demônio, vadia... Eu quase morri nas mãos dele”, relata Juliana em conversa com o BNews

Para reportagem, ela revela que João tinha um “comportamento explosivo”, e que no dia do ocorrido, “aparentava estar calmo” e pediu para conversar. Segundo ela, João não aceitava o fim do relacionamento.

“Primeiro, ele insistiu para eu ir na casa dele. Eu disse que não iria. Ele quis ir para minha casa e eu deixei. Chegou com um copo de whisky na mão, mas estava tranquilo, normal. Achei que não aconteceria nada. Nesse dia, minha família estava em Guarajuba. Ele pediu para ir ao banheiro, inicialmente, não deixei, mas depois de muita insistência, eu liberei. Quando abri a porta, ele começou as agressões, pedi socorro para os vizinhos, mas ninguém me ajudou. Ele tapou minha boca para eu não poder gritar”, lembra.

Antes das agressões, Juliana lembra que o ex-companheiro chegou a implorar para eles reatarem.  “Ele se ajoelhou aos meus pés. Eu disse que a gente não iria voltar. Me pediu perdão pelas traições, que queria uma nova chance, que queria reatar, que eu era o amor da vida dele. Eu disse que queria ser apenas amiga, que não queria inimizade, mas ele não quis ouvir”.

Após o episódio, eles nunca mais tiveram contato. “Nunca mais me procurou. Ele está todo bloqueado, WhatsApp, tudo”. A mulher afirma também que o banheiro dela ficou ensanguentado, e que o DJ não prestou socorro.

Determinada, Juliana acrescenta que não vai retirar a denúncia. “Eu quase morri. Eu não vou retirar queixa nenhuma. A delegada quer pedir a prisão preventiva porque ele já tem passagem. Eu sei que estou me expondo, é horrível, mas quero Justiça. Minha família tem medo dele armar para mim. Prefiro me expor, do que morrer... Melhor está exposta e ver se o Ministério Público olha com carinho para mim. Porque minha vida ninguém vai devolver. Nunca o temperamento dele foi nesse nível. Para mim, foi uma tentativa de homicídio”, encerra.

Outro lado

Procurado, João justificou que não agrediu a ex-mulher, e disse que ela já tem um histórico de violência com a família. “Ela já agrediu o irmão que é capitão da Polícia Militar. Tem isso nos autos da Justiça. O pai, ela agrediu porque não quis dar a chave do carro para ela sair. A mãe, ela agrediu também. Ela é uma pessoa agressiva”, afirma.

Diferentemente de Juliana, o DJ explicou que teve um relacionamento de dois anos, e que ela é quem não aceitava o fim. “Tive um relacionamento com ela. Infelizmente, não deu certo. Pedi para ela seguir a vida dela. E, desde então ela pede para voltar. Eu já tenho seis meses com outra pessoa e mesmo assim ela pede para voltar. Faz proposta de ser amante. De tanto ela me ligar, eu disse 'vamos para algum lugar conversar'. Ela disse que estava com fome. Fomos para o McDonald's. Depois voltamos para casa dela para ela trocar de roupa, porque iríamos para um lugar neutro. Ela reclamou que as outras eu levava para o Soho. Puxou minha corrente de ouro e começou a me agredir”, relata.

E continua: “ela não é uma menininha franzina, pesa mais de 80 quilos. Ela me empurrou, caiu dentro do banheiro, bateu a testa numa quina de vidro. O supercílio, que é uma área muito frágil, abriu. Na mesma hora, liguei para meu pai, para minha mãe pedindo ajuda. Meus pais foram ao encontro. Pediram a documentação para levar ela para o médico e ela não quis. Ela ficou na casa de minha mãe”, lembra.

João acredita que ela procurou a mídia para denunciar com a intenção de prejudicá-lo. “Ela quer de todo jeito voltar e está vendo que não quero e quer me prejudicar. Ela sabe que sou uma pessoa pública e está tentando acabar com minha imagem. Eu não estou satisfeito com essa situação. Não aprovo homem que bate em mulher. Dei todo suporte e socorro. Na verdade, ela está revoltada querendo acabar com minha vida. Na verdade, eu estou seguindo minha vida. Ela está toda sem hematoma. A única coisa que ela tem é a cabeça que bateu. Só”, justifica.

Supostos trechos de conversa do ex-casal enviados por João. 

O caso foi registrado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), de Brotas, pela delegada Izabella Fernanda Santo Chamadoiro. João pode responder por ameaça, violência doméstica e lesão corporal.

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