Salvador

Empresa de Salvador é acusada de estelionato com falsas ofertas de motos e carros

Arquivo/BNews
Bnews - Divulgação Arquivo/BNews

Publicado em 11/06/2021, às 00h00   Lara Curcino


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Uma empresa de Salvador é acusada de cometer estelionato utilizando falsas ofertas de motos e carros. Um dos lesados, Guilherme dos Santos Cruz, afirma ter efetuado pagamento da entrada no valor de R$ 3.559 em uma motocicleta que nunca chegou em suas mãos.

Guilherme mora na localidade de Monte Gordo, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Ao BNews, ele contou que tudo começou em abril, quando se deparou com um anúncio na internet da venda de uma moto por R$ 6.200. A oferta chamou sua atenção, já que o veículo que tinha havia quebrado recentemente e ele utilizava uma bicicleta para percorrer todos os dias uma distância de 34,2 quilômetros para chegar ao trabalho, em que presta serviço como caseiro. 

Guilherme prontamente entrou em contato com o número que constava no anúncio, identificado como Grupo Matriz. Flávio Coutinho dos Santos, marido de sua prima, também embarcou no negócio. 

Ambos foram avisados de que precisariam entrar com 56% do valor total e que os outros R$ 2.641 seriam divididos em prestações. Na conversa com os vendedores, ficou acertado uma ida ao escritório da empresa, em Salvador, para assinatura do contrato e da venda e pagamento da primeira parcela. 

Guilherme relata que, ao chegar na sede da companhia no dia marcado, os vendedores não estavam no local, mas outras pessoas fizeram o atendimento. “Nesse momento, me entregaram o contrato com nome de outra empresa, Evolution Consórcio, e me induziram a assiná-lo o mais rápido possível, sem tempo para conferir as informações que constavam nos documentos”, alegou ele. 

“Logo depois, me disseram que eu precisaria fazer um financiamento de R$ 40 mil para conseguir comprar a moto e que eles entrariam em contato com o banco, mas que cuidariam de todo o processo e eu só precisaria pagar o valor já acordado”, afirmou. No contrato obtido pelo BNews, consta que o preço total da aquisição é de R$ 35.550. O custo informado durante toda a negociação com a vendedora, no entanto, foi a todo momento na casa dos R$ 6 mil. 

Foi acertado que a suposta instituição bancária entraria em contato com Guilherme, mas a ligação nunca aconteceu. Em conversas do WhatsApp enviadas ao BNews, a vendedora alegou que o banco atrasou a análise do financiamento por causa da pandemia e que a mesma situação ocorreu com outros clientes. 

Depois de alguns dias, Guilherme viu um novo anúncio com as duas motos compradas por ele e Flávio. Ao questionar a funcionária por mensagem, ela disse que os veículos não eram os mesmos. 

O suposto banco entrou em contato somente com Flávio e pediu para que ele fornecesse algumas informações referentes à venda. “Um homem que se identificou como funcionário pediu para eu confirmar alguns dados, eu fiquei inseguro, mas o gerente me disse que, caso eu não colaborasse com a requisição, a entrega da moto poderia atrasar, então fiz como me foi solicitado”, contou Flávio. 

Após semanas esperando uma atualização sobre a chegada da moto por parte da empresa, que não mais respondia às mensagens pelo WhatsApp, Guilherme conversava com um colega de serviço que contou ter sido vítima de um golpe. O caseiro conta que acabou descobrindo que se tratava da mesma companhia com a qual ele tinha feito negócio. 

Depois de receber as informações de seu colega, no dia 3 de maio, Guilherme foi junto a Flávio à 7ª Delegacia de Polícia para prestar queixa. Até o momento, não houve novidades relacionadas à denúncia feita oficialmente. 

Os dois foram na terça-feira (8) ao escritório pedir o dinheiro de volta. De acordo com Guilherme, a empresa alegou que se tratava, na verdade, de um consórcio e que a vendedora deveria ter explicado melhor para eles. 

A Evolution disse ainda que só devolveria 70% do valor já pago, por questões contratuais, e que fariam a transferência em breve. Flávio e Guilherme esperaram durante todo o dia no escritório e viram chegar outras pessoas com as mesmas reclamações. 

“Cerca de 15 pessoas apareceram durante o dia, algumas muito irritadas e todas com a mesma história”, contou Guilherme. Eles dizem ter esperado até o período da noite, mas voltaram para casa sem receberem o dinheiro e sem explicações. 

A empresa acertou de ligar na quarta-feira (9) para combinar novamente a data em que os dois teriam que voltar ao escritório para receber a transferência de 70% do valor. O motivo da transação necessitar da presença física de Flávio e Guilherme, segundo ambos, não foi esclarecido. A chamada não aconteceu. 

No site Reclame Aqui, constam ao menos duas denúncias de estelionato envolvendo uma empresa de nome Evolution Consórcio.  

O BNews tentou contato com a companhia por meio dos telefones cadastrados junto à Receita Federal, mas não obteve êxito. Um e-mail foi enviado ao endereço que consta na mesma relação de dados, mas também não houve resposta até o fechamento desta reportagem. 

A reportagem também procurou os administradores da empresa, que afirmaram que não iriam se manifestar.

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