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VÍDEO: Irmãos são agredidos por segurança de condomínio em Feira de Santana; advogado diz que homem agiu para se defender

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Segurança que presta serviços para condomínio de Feira teria usado pedaço de madeira para agredir irmãos  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 01/04/2024, às 20h25 - Atualizado às 21h08   Marcos Valentim e Victória Valentina


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O condomínio Parque Florença, localizado no bairro Santa Mônica, em Feira de Santana, virou palco de uma grande confusão na última terça-feira (26), que agora é investigada pela Polícia Civil. Dois irmãos foram parar no hospital após serem agredidos por um segurança terceirizado da empresa Argus, que presta serviços no condomínio. 

Em conversa com o BNews, Luiara Gusmão, mãe de Luis Micael e Adrian Gusmão, de 23 e 21 anos, contou que tudo aconteceu após o segurança soltar uma suposta piada para os dois, que foi rebatida e acabou virando uma discussão que terminou em agressão. Ainda segundo ela, os jovens já estavam sendo ameaçados pelo rapaz de prenome Ricardo por desentendimentos envolvendo o apagar das luzes de uma área comum do condomínio.

"Eles foram agredidos, quase mortos. Ele quase mata meus filhos. No dia do ocorrido não teve atrito, ele já fez tudo premeditado. Eles estavam chegando do trabalho, os dois. Quando estavam passando pelo portão, ele solta uma piada para Micael, que responde e continua andando. Adrian continua atrás dele. O segurança sai da guarita, solta outra piada para Micael, e Adrian volta, enquanto o irmão segue na rua. Quando percebe que o irmão não tá com ele, ele volta correndo. Nesse meio tempo, pelas câmeras que eu vi do condomínio, Adrian está discutindo com o segurança, que está com um pau nas mãos", disse.

Segundo a Luiara, o segurança utilizou um pedaço de madeira escrito "educador" para agredir os filhos. "Momento algum meus filhos levantam o dedo para ele. Ninguém prestou socorro. Nem condomínio, empresa, administração, ninguém. Eles foram para o hospital, Micael ficou internado seis dias, Adrian ficou três. Micael está com um coágulo na cabeça, [levou] 25 pontos na cabeça, 12 pontos na testa, hematomas na nuca e um olho vazado. Adrian com o braço quebrado porque se ele não coloca o braço, o segurança teria matado meu outro filho", relatou.

"Teve omissão de socorro, o porteiro não falou nada. O síndico também. Ninguém me deu apoio. E teve omissão de socorro, sim. O porteiro viu. Ele viu o exato momento que Ricardo estava com um cacetete na porta. E ele está aqui trabalhando", disse.

Defesa rebate acusação

O advogado André Oliver, que representa a empresa Argus e o segurança Ricardo, também conversou com o BNews e rebateu todas as acusações feitas pela mãe dos jovens. Inicialmente, ele esclareceu a versão do rapaz sobre a situação.

"A confusão se deu na portaria. Eles [os irmãos] foram até a portaria inconformados pelo fato do ronda estar aplicando o que o condomínio exigia, que era desligar algumas luzes das áreas comuns do condomínio. Eles estavam inconformados com essa regra e Ricardo é apenas um funcionário que estava seguindo as ordens do condomínio. Eles bateram na portaria, disseram que iam bater no segurança se ele desligasse as luzes após 22 horas", disse.

segurança agredido
Arquivo pessoal

A defesa confirmou que o segurança agrediu os irmãos, mas que agiu para se defender. "Realmente houve ali a agressão do ronda com um pedaço de madeira, mas foi o meio exigido para conter duas pessoas. Ele estava em desvantagem numérica, né? Eram dois contra um, quem começou as agressões foram os próprios. Ele teve várias escoriações. Ele fez exame de corpo de delito no dia seguinte ao fato e estamos aguardando o resultado para usarmos os meios jurídicos para ter uma resposta ao certo", explicou.

Ainda de acordo com o advogado do segurança, Luiara, mãe dos jovens, tem um histórico de problemas na delegacia. "Ela já foi conduzida pela polícia por outra confusão no condomínio com outro morador em março deste ano. Em 2022, ela também teve uma reclamação. Em 2023, no começo do ano, teve outra", alegou.

"Eles realmente foram importunar um trabalhador no serviço por uma regra de condomínio que eles discordam. Isso eles tinham que discutir isso em uma assembleia com o síndico. O ronda está lá para cumprir as regras do condomínio", continuou. André Oliver também rebateu a acusação de omissão de socorro feita pela mãe dos jovens. Segundo ele, o próprio segurança e o porteiro do condomínio acionaram a polícia. "O próprio Ricardo ligou para a Samu e para a polícia", garantiu.

Por fim, a defesa disse que aguarda o resultado do exame de corpo de delito feito pelo segurança para pensar nos próximos passos. "Nós estamos esperando a perícia do corpo de delito que ele fez, que tem um prazo para sair, e assim que nós tivermos com essas provas na mão, porque tem que ter provas para judicializar, assim que nós estivermos de posse de todas as provas, nós vamos judicializar contra os dois, sim, inclusive a empresa também por causa da imagem que está sendo exposta desnecessariamente e erroneamente", finalizou.

Classificação Indicativa: Livre

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