Política

Secretário Bellintani sobre ser vice-prefeito em 2016: “Me honraria muito"

Imagem Secretário Bellintani sobre ser vice-prefeito em 2016: “Me honraria muito"
Em entrevista, Guilherme Bellintani destaca novidades e melhorias na cidade  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 17/11/2014, às 13h06   Amanda Sant'ana (Twitter: @amandasmota)


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Na manhã desta segunda-feira (17), o secretário de Desenvolvimento, Cultura e Turismo de Salvador, Guilherme Bellintani, participou do programa Conexão CBN. O entrevistado conduzido pelo apresentador, Emmerson José, respondeu diversas perguntas dos ouvintes e dos convidados do dia. Durante entrevista, Bellintani falou, entre diversos temas, sobre o Carnaval de Salvador, obras de infraestrutura da cidade, Réveillon e até uma suposta indicação a vice-prefeito no ano de 2016.

Abrindo as discursões, ao ser perguntado se os projetos da Prefeitura seriam afetados pelo atual escândalo da “Operação Lava Jato”, conduzida pela Polícia Federal, cuja operação envolve grande nomes de dirigentes de empresas que formam entre as maiores e politicamente mais influentes do Brasil, Bellintani garantiu que a situação trás insegurança principalmente às empresas privadas: “As empresas com parceria pública privada, como cervejarias, por exemplo, se preocupam quanto ao investimento, por enquanto. Isso não está acontecendo somente em Salvador, como também em todas as capitais do país, pois os empresários estão preocupados com o que vai acontecer na economia. Um estado de alerta para todo o território nacional. O que temos procurado de parcerias com empresas, são parcerias que incentivam diretamente o próprio desenvolvimento econômico daquela empresa, diferente de patrocínios clássicos que vem com o setor público e que aparece muitas vezes como pedido do gestor público da empresa”, analisou.

Partindo para o turismo e visão da Bahia pelo mundo afora, o secretário foi questionado, insistentemente, quanto à forma negativa como é vista a qualidade de atendimento, no geral, na cidade de Salvador. Em resposta, Bellintani garantiu que a problemática se estende por todo o mundo, principalmente em cidades estrangeiras e há muitos problemas mais marcantes e preocupantes em Salvador do que o receptivo: “Não vejo a qualidade de atendimento de Salvador como um problema relevante, ou pelo menos esteja entre os primeiros problemas da cidade. Temos problemas macro no sentido da infraestrutura, conexão da cidade com o mundo no sentido de posicionamento universal da cidade, problemas de malha aérea, de infraestrutura hoteleira, enfim, tem uma série de problemas. Viajo bastante e tenho uma experiência muita clara do turismo no mundo e não acho que o nível de atendimento ao turista em Salvador seja o pior na qualidade dos serviços, acho que é ruim, porém também acho o mesmo em vários lugares do mundo, inclusive nos países mais desenvolvidos. Qualquer cidade que depende essencialmente do setor de serviço, como em Salvador, precisa encarar isso como problema sério, pois nós temos altíssima deficiência da prestação de serviços públicos e privados e acho que precisamos melhorar”, analisou.

Pegando a carona da infraestrutura na cidade, Guilherme foi questionado quanto às diversas obras de revitalização que estão sendo realizadas. Segundo ele, muitas já saíram do papel, estão em andamento e muitas outras estão por vir: “As obras de Itapuã, por exemplo, estão programadas para acabar no primeiro trimestre de 2015. Estamos com obras bem avançadas e certamente essas trarão uma imagem avançada de Itapuã, sem perder a característica de um bairro charmoso, histórico e culturalmente muito importante para a cidade de Salvador”. Questionado pela possível presença dos famosos bares, Língua de Prata e Jangada, o secretário assegurou que os mesmos só estão no local devido à força maior: “Ambos permanecem no espaço por força judicial. Nosso desejo é fazer transformações na cidade e isso implica mudanças de costumes, de hábitos e de instalações. Hoje eu acho uma excrecência um espaço público cercado, murado, numa orla importante e que por força judicial a gente não pode derrubar, mas, a procuradoria está à frente disso, no sentido de reverter essa decisão e completar a Orla de Itapuã”, completou.

Ainda sobre as revitalizações, Guilherme Bellintani, destrinchou o calendário de obras da Orla da cidade. Segundo ele, a secretaria, juntamente com a Prefeitura de Salvador, dará continuidade a Barra, cujo projeto da segunda fase já está em fase de análise da Caixa Econômica (vai do Barra Center até as Gordinhas, na saída da Ademar de Barros). A terceira fase, que também já está em fase final do projeto, vai das Gordinhas até a praia da Paciência, no Rio Vermelho, e da Praia da Paciência ao Bompreço, emendando com Amaralina: “Agora em novembro o projeto do Rio Vermelho já estará sendo concluído e as obras devem começar logo após o Carnaval. Depois pulamos esse trecho de Amaralina e Pituba e já seguimos para obras no Jardim de Alah - em andamento - e reformulação do Aeroclube. Na parte da Boca do Rio até Piatã não mechemos ainda porque faz parte de uma análise da MIP (Manifestação e Interesse Privado) e Piatã e Itapuã já em obras. Importante ressaltar ainda o trecho Itapuã/Stella Mares que está dentro do projeto, já foram aprovados e deve começar no início de dezembro”, contou.

E quando o assunto é a sobre a polêmica situação das barracas de praia, Guilherme garantiu que a existência delas jamais será retomada: “É uma necessidade que devemos conceber para o bem e para o mal”, afirmou. Para o secretário, as barracas eram estruturas mal organizadas, muito desarrumadas no sentido de organização de Vigilância Sanitária e do próprio atendimento, ainda que servissem como símbolos no costume e cultura da cidade: “As barracas foram rompidas, desempregou muita gente, acabou com hábito do soteropolitano de ir à praia, mas, por outro lado, é um novo tempo e a gente resolveu não discutir isso. Esta é uma decisão judicial, embasada na legislação, sobretudo na não permissão de ocupação da faixa de areia com construções”, acrescentou.

Visando melhorias e retorno do símbolo de Salvador, Bellintani lembrou que houve uma licitação fornecida por três empresas, cujas mesmas iniciarão as construções nos próximos dias: “As empresas licitadas terão 120 dias para construir os quiosques, com prazo final de entrega para fevereiro, todos posicionados nas calçadas, atendendo a praia e público passante: “Uma estrutura mista que certamente irar repor um pouco dos costumes anteriores da cidade, além de implantar novos costumes”, frisou. Para o projeto, serão implantados 120 quiosques, sendo 20 nas ilhas e 100 na Orla Atlântica e na Orla da Baia de Todos os Santos: “Até o final de fevereiro teremos cerca de 30 quiosques já implantados e até o final de 2015, 80”. Para 2016, 20 quiosques concluirão o projeto”, destacou.

RÉVEILLON E CARNAVAL – A criação do Réveillon na Cidade Baixa deu tão certo que para este ano a secretaria ampliou o espaço para novos foliões. Segundo o secretário, um camarote privado explorado por um dos patrocinadores do evento, será construído, aumentando o número do público: “O patrocinador ampliará o investimento no Réveillon e logicamente reduzirá, consequentemente, o investimento público. Tudo que a gente puder fazer para ampliar o investimento na cidade e reduzir o investimento público - estando logicamente dentro do ordenamento legal e da razoabilidade do bom senso - a gente vai fazer”, lembrou. O passaporte da virada de ano, adiantado pelo secretário, iniciará as vendas no próximo dia 20.
E quando o assunto é Carnaval, os circuitos carnavalescos tem dado abertura a grandes discursões. Enquanto o ex-secretário da Cultura e Turismo do Estado da Bahia e atual vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis na Bahia (ABIH-BA), Paulo Gaudenzi, em conversa o apresentador Mário Kertész, afirmou que a maior festa de rua tem que ser repensada, Bellintani acredita que o Carnaval de Salvador passa por um processo de migração, o que para ele não tem nada de ruim: “Os índices que nós temos de presença de público no Carnaval, dos últimos anos, são superiores há dez anos e é um defeito da gente avaliar que o Carnaval de Salvador se faz exclusivamente a partir do sucesso ou do insucesso da música baiana no Brasil ou no mundo. O Carnaval é muito maior do que isso e as pessoas vão para as ruas, independente de qualquer coisa. Tenho conversado muito com o Paulo Gaudenzi, ele é um professor dessa área e eu procuro ouvir as críticas sempre positivamente”, contou.

Já quanto o Carnaval nos bairros, Guilherme Bellintani analisa a separação como um processo de exclusão. Em afirmação ele diz que o fortalecimento do Carnaval está na junção dos bairros: “As pessoas falam que é preciso fortalecer o Carnaval nos bairros para que o público local fique nos bairros, como se fosse um processo de exclusão. O Carnaval de Salvador é um processo de inclusão e o Carnaval do Centro é um Carnaval dos bairros. O Carnaval de Salvador já é dos bairros. Não concordo com essa exclusão. Fora isso, tem também a questão de infraestrutura, pois é muito difícil, do ponto de vista política pública e de infraestrutura pública, acompanhar esse avanço. Não podemos entender que cada bairro de Salvador pode ter um Carnaval. Naturalmente a gente quer fortalecer cada vez mais para dizer que faz sentido organizar o Carnaval de Salvador de forma multicentral e inclusive o fortalecimento dos bairros, mais não como um processo de exclusão”.

Perguntado sobre os circuitos Batatinha e Carlos Gomes, o secretário adiantou que para o primeiro já estão sendo estudadas as possibilidades do uso de mini trio, que é um pleito divergente entre as próprias entidades. Já na Carlos Gomes, há uma discursão mais técnica do que propriamente de conceito sobre as questões de armação e desarme do local: “Fizemos uma reunião na semana passada e temos outra agora no dia 24, onde definiremos basicamente onde será a armação e desarme, mais não há uma pauta significativa no sentido de fazer uma mudança, como foi no ano passado e simplesmente melhorar a operação na Carlos Gomes”, disse.

Encerrando a entrevista, Bellintanni foi interrogado sobre uma possível possibilidade em assumir, em 2016, o cargo de vice-prefeito da cidade. Colocado como nome curinga para o prefeito ACM Neto, que deve fazer uma reforma política administrativa e mudança no secretariado, os baianos querem saber se é para mais perto ou longe do Prefeito que ele estará. Em resposta, o secretário afirmou que a lista de candidatos a vice-prefeito é muito grande, porém não é o foco dele: “Me honraria muito lógico, mais não faz parte dos meus planos. O prefeito logicamente tem os planos dele, mais o meu objetivo e compromisso com ele é estar bem e construir bem o projeto na secretaria até 2016. Meu objetivo principal é deixar legado e isso farei com toda certeza”, concluiu.

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