Política
Publicado em 19/08/2019, às 13h00 Victor Pinto
Muito se falou sobre Guilherme Bellintani na última semana no noticiário político de Salvador. O presidente do Esporte Clube da Bahia é o nome da vez para esquentar a disputa da sucessão do Palácio Thomé de Souza, que do outro lado terá, como tudo indica, o vice-prefeito Bruno Reis (DEM).
Apesar de negar prontamente qualquer intenção de ir para o tudo ou nada, pois seu “foco” está no Tricolor de aço em campo, o ex-integrante do primeiro escalão do prefeito ACM Neto (DEM) tem ouvido o canto da sereia de partidos ligados ao governador Rui Costa (PT) e ao senador Jaques Wagner (PT).
Alguns menudos ligados a Neto haviam sugerido uma tentativa de colocar a pecha de traidor em Bellintani, caso ele saia como candidato. Alegam que ele teria sido forjado como homem público pelo esmero de ACM, o Neto, e sair da gestão para depois voltar à política nos braços da oposição estaria, assim, travestido com as vestes de Judas Escariotes. Contudo, questionado sobre esse viés por Zé Eduardo, na Rádio Metrópole, o chefe do time tricolor afirmou que não há débito com o mandatário do Executivo soteropolitano. Ou seja, a promissória já está vencida e com obtenção do quite.
Neto o chamou para integrar a equipe mesmo ouvindo da própria boca do convidado que não havia votado nele na eleição do primeiro mandato, o que achei louvável e republicano por parte do prefeito ter insistido mesmo assim.
Diversos “cases de sucesso” da gestão de Neto passaram pelo crivo “belitaniano”, a exemplo de mudanças pontuais implementadas no Carnaval e o novo Centro de Convenções. Transitou por diversas áreas como Cultura, Educação e Desenvolvimento Urbano e foi cotado a vice do atual prefeito no pleito de 2016. Saiu para ser presidente Bahia e se desligou de maneira a não provocar desgaste.
Além das declarações da entrevista, ganhou holofote um eventual selo de ingresso no PSB. O namoro com a sigla, nos bastidores, é tido como certo. Uma entrada de Bellintani no processo eleitoral de Salvador pelo PT geraria muito desgaste devido ao peso da sigla. O secretário da legenda, Rodrigo Hita, chegou a dizer que há entendimentos, que o caminho é o correto, pois na expectativa de crescimento do público eleitor “tem que tirar um pedaço do campo de Neto”.
O ninho chefiado por Lídice da Mata (PSB) tem agradado mais o presidente do Bahia do que um PP ou PSD, caminho a ser trilhado pelo presidente da Câmara, vereador Geraldo Júnior (SD). GJ, apesar de se colocar como uma alternativa à população sobre a prefeitura, já falou diversas vezes que abre mão em favor de Bellintani, inclusive para uma composição, algo remoto, mas não descartado.
Bellintani se afasta da discussão para não correr o risco do fato antecipado, eventualmente, atrapalhar sua condução no Bahia, para colocar o time eleitoral em campo no tempo certo e assim observar as movimentações gerais e os contextos e também não ter problemas jurídicos no seu encalço.
Será um player sempre lembrado até o período propriamente dito do fechamento das chapas eleitorais pelos dois lados da política e, apesar de quieto, faz muito barulho.
* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. Atua na cobertura política em sites e rádios de Salvador. Twitter: @victordojornal
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