Política

Sílvio Humberto aponta ‘incoerência’ no Programa Tudo Limpo

Publicado em 03/12/2014, às 11h29   Vinícius Ribeiro (Twitter:@vin_ribeiro)


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Vereador Sílvio Humberto

Beneficiado pelo Programa Tudo Limpo, que prevê punição para quem jogar lixo na rua, apresentado pelo prefeito ACM Neto (DEM), o projeto que proíbe o sacrifício ou mutilação de animais durante a prática de atividades religiosas reacende uma antiga discussão iniciada na Câmara Municipal de Salvador. A proposta apresentada pelo vereador Marcell Moraes (PV), em 2013, que pune a colocação de animais ou parte de animais mortos nos logradouros da capital, causou movimentações contrárias por parte de representações ligadas às religiões de matriz africana.

Um dos primeiros a demonstrar rejeição à proposta de Marcell na Câmara, o vereador Sílvio Humberto (PSB) reitera seu posicionamento e aponta incoerência no Programa apresentado pelo Executivo. “A Câmara foi contra este projeto, que foi baseado em um modelo do Rio de Janeiro. O problema é que as pessoas pegam projetos, copiam, colam, não debatem, não fazem adaptações, e desconsideram importantes questões culturais”, opina Sílvio.

O pessebista disse estar surpreso com a possível brecha favorável ao projeto do verde. Recentemente, o vereador teve o projeto de sua autoria que estabelece critérios para vendas de animais vivos nas feiras livres de Salvador vetado pelo prefeito. De acordo com o vereador, “as alegações foram pífias”.

“Da forma que o decreto está, eu acho no mínimo uma falta de cuidado no discurso de Reparação. Considerando o discurso do prefeito ACM Neto em prol da Reparação, vejo incoerência no decreto. Logo em Salvador, que tem toda esta tradição. Não sei se foi descuido, mas ao mesmo tempo em que reconhece as religiões do ponto de vista tributário, deixa passar este decreto. O que está em jogo é a liberdade religiosa”, defende Sílvio Humberto.   

Questionado pelo Bocão News se a Casa Legislativa pretende interferir no Programa Tudo Limpo, Sílvio Humberto afirmou, após estudar minuciosamente o texto, irá procurar juntamente com as organizações ligadas à causa o Ministério Público reivindicando, se necessário, o estabelecimento de exceções no decreto da prefeitura.

Leia também:Oferendas com animais mortos também poderão gerar multas

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