Política

Direção da Ebal culpa falta de investimentos por fechamento da empresa

Publicado em 18/12/2014, às 18h31   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)


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A desvinculação da Empresa Baiana de Alimentos ao governo do estado já foi aprovada, mas o futuro da Ebal ainda é incerto. Pela primeira vez, a direção da empresa se pronunciou, por meio de nota, e culpou a falta de investimentos pela decadência da Cesta do Povo. Ainda explicou que o fim da estatal causará impactos relevantes a uma cadeia sustentada por ela.

Apesar de culpar a falta de investimentos do governo, a direção explica que só foi possível reerguer as lojas com a iniciativa do governador Jaques Wagner, o que não será no governo de Rui Costa, já que o governador eleito vai privatizar a empresa. Segundo as informações, no governo Paulo Souto, a empresa tinha dívidas de R$ 95 milhões junto a fornecedores e aproximadamente cinco mil empregados ‘de braços cruzados’. Os R$ 140 milhões do governo Wagner teriam sido direcionados para o pagamento dessas dívidas.

“Ao contrário do que muitos pensam, a empresa arca com a sua folha de pagamento com recursos próprios, assim como todos os impostos do setor. Consultoria contratada em 2013 pelo governo estimou como necessidade emergencial de investimentos, somente para o ano de 2014, a quantia R$ 200 milhões para manter a empresa em operação. Este aporte não foi realizado”, diz a nota.

Das empresas que dependeriam do futuro da Ebal estão as Obras Obras Sociais Irmã Dulce 30 cooperativas e associações da agricultura familiar. A empresa ainda administra a Ceasa, o Mercado do Rio Vermelho e o de Paripe. “Operacionaliza também programas sociais como a Nossa Sopa. Entre 2013 e 2014, a Ebal foi uma peça estratégica na distribuição de 20 mil toneladas de milho para ração animal na região do semi-árido, fortemente afetada pela seca”, completa a nota.

“De fato, a EBAL sempre deu prejuízo. Em 2014, sofremos muito com saques em lojas por ocasião da greve dos Policiais Militares, em abril passado. Em resumo, a EBAL possui muitas carências que precisam ser sanadas, mas passa por um processo de aprimoramento contínuo. O nosso “calcanhar de Aquiles” é, sem dúvida, a total incapacidade de investimento para acompanhar um mercado tão competitivo. Somente o aporte emergencial sugerido pela consultoria daria para fazer muito em qualquer das áreas consideradas prioritárias pelo nosso governador eleito, motivo pelo qual a Ebal foi inserida no contexto da reforma administrativa”, finaliza o texto.

Enquanto isso, os quase 3 mil trabalhadores ainda não sabem os seus destinos. De um lado, a direção da empresa não dá garantias, do outro, o governador eleito, apesar de já ter afirmado em público que irá realocar os concursados, a matéria da reforma administrativa, aprovada na Assembleia Legislativa da Bahia, não garante o futuro de muitos. 

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