Política

Petrobras culpa Paulo Roberto Costa por alta de custos de refinaria

Publicado em 20/01/2015, às 06h00   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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A Petrobras responsabilizou o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa por alterar "estratégias de contratação" que geraram "grande número de aditamentos contratuais" na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. No domingo (18), reportagem do jornal Folha de S. Paulo indicou que auditoria interna identificou que já em 2012 a diretoria e o Conselho de Administração da Petrobras estimavam prejuízos de 3,2 bilhões de dólares com a implantação da Rnest. Segundo o jornal, os conselheiros sugeriram à estatal registrar uma baixa contábil por conta dos prejuízos estimados - o que foi descartado pela área financeira.
O comunicado divulgado pela Petrobras não negou a informação que a diretoria e o conselho executivo sabiam de estimativas de prejuízo de 3,2 bilhões de dólares com a refinaria já em 2012. Pela legislação, a estatal é obrigada a comunicar a investidores qualquer baixa contábil identificada pela diretoria. A estatal informou ainda que a aprovação da continuidade de obras da Rnest em 2012, após a estimativa de prejuízos, foi precedida de medidas como "incorporação de ajustes nas projeções financeiras, e aprimoramento do controle da execução dos projetos".
Segundo a estatal, o orçamento inicial de 2,4 bilhões de dólares se referia a "uma estimativa de custo preliminar" realizada em 2005. Dois anos depois, em março, a diretoria aprovou um plano para acelerar contratações e aquisições.
"A Diretoria Executiva aprovou o Plano de Antecipação da Refinaria (PAR) proposto pelo então diretor de Abastecimento, sr. Paulo Roberto Costa. Com o PAR houve a antecipação de diversas atividades e alterações nos projetos e na estratégia de contratação, o que levou a grande número de aditamentos contratuais", informa o comunicado.
Até então, a estatal indicava que os aditivos ocorreram em função de mudanças no projeto e das condições do avanço das obras. A antecipação das compras e licitações também era mencionada como fator de influência sobre os custos, sem que a Petrobras tivesse apontado diretamente responsáveis pela iniciativa. Levantamento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre a estatal indica que a construção da refinaria teve mais de 140 aditivos contratuais. A maior parte ocorreu após 2008, representando um acréscimo de 3 bilhões de dólares aos custos do empreendimento.
O ex-diretor da estatal, preso em março passado na Operação Lava Jato, delatou um esquema de corrupção e desvios de recursos da companhia. Em comunicado, a estatal apontou Costa como autor da proposta de antecipação de compras e de mudanças no projeto que acarretariam a escalada do orçamento da refinaria de 2,4 bilhões de dólares, em 2005, para os atuais 18,8 bilhões de dólares.

Fonte: Revista Veja
Publicada no dia 19 de janeiro de 2015, ás 10h47

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