Política

“Você acha que começou agora?”, questiona Gabrielli sobre corrupção na Petrobras

Publicado em 03/02/2015, às 06h29   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, falou sobre a corrupção na estatal, em entrevista ao jornal Valor Econômico. Ele chamou o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras de “dissimulado, uma pessoa extremamente fria”. Durante a entrevista, sugeriu que a corrupção na Petrobras vem de longa. "E você acha que começa agora?", questionou.
Segundo a publicação, Gabrielli negou que poderia ter evitado desvios na estatal, em sua gestão, e que inclusive o próprio Costa disse que seguiu estritamente as regras internas. "Se não tem falha nos procedimentos internos, como é que se descobre a relação entre um doleiro e um fornecedor? Não tem como descobrir", falou.
Costa, delator da Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras, afirmou que recebia 3% em propina sobre contratos. Esse percentual é questionado pelo ex-presidente na reportagem, dizendo que "primeiro isso não está provado. E 3% de todos os contratos são R$ 4 bilhões. E onde é que estão esses R$ 4 bilhões", indaga. Ainda sobre propina, Gabrielli explicou que "o registro contábil é complicado, porque é difícil separar o que é comissão de corrupção”. 
A respeito de Pasadena, entre outros pontos, trata da briga com a sócia Astra e que não havia como continuar com a sociedade, por isso foi proposto ao conselho de administração a compra dos outros 50% e pedido de mais informações. Ao comentário de que o conselho era presidido por Dilma Rousseff, rebateu que não importa quem está na cadeira. "Essa é uma questão política." Afirmou que na ocasião ela pediu mais informações por duas ou três reuniões e que o "superboard", comitê gestor da refinaria, se reunia apenas uma vez. Sobre a decisão de Paulo Roberto Costa, que representava o superboard, afirmou que "se recebeu propina, foi fora da Petrobras" e que "ninguém decide individualmente na Petrobras. Eu digo sempre, a Petrobras não é uma bodega".
Questionado sobre seu futuro político, Gabrielli respondeu que “não existe a menor chance de ser candidato". “Não tenho a menor pretensão de ser candidato. Vou continuar sendo militante partidário e trabalhando na área de formação técnica, formulação de programa, só isso”, destacou.
Publicada no dia 2 de fevereiro de 2015, às 14h30

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