Política

Sócio do Labogen diz ter visto Youssef com funcionários da OAS

Publicado em 05/02/2015, às 06h55   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O sócio do laboratório Labogen Leonardo Meirelles, apontado como laranja do doleiro Alberto Youssef, afirmou em depoimento à Justiça Federal nesta quarta-feira (4) que presenciou o doleiro em contato com funcionários da construtora OAS em duas oportunidades. Ouvido como testemunha ele relatou encontros do doleiro com José Ricardo Nogueira Breghirolli e Matheus Coutinho de Sá Oliveira.
A Justiça Federal de Curitiba retomou nesta quarta as oitivas das testemunhas de acusação, arroladas pelo Ministério Público Federal, em processos que envolvem executivos investigados pela sétima fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). As audiências, que são comandadas pelo juiz federal Sergio Moro, começaram na segunda-feira (2) e devem se estender por duas semanas.
Neste terceiro dia de audiências, os depoimentos se referiram à suspeita de participação da construtora OAS no chamado "clube" de fraude à licitações e superfaturamento de contratos da Petrobras para desviar recursos para pagamento de propina a agentes públicos e políticos.
Questionado nominalmente se havia visto os réus ligados à OAS em contato com Youssef, Meirelles respondeu negativamente em relação aos nomes de João Alberto Lazzari, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, José Aldemário Pinheiro Filho e Fernando Augusto Stremel Andrade.
Perguntado sobre Breghirolli, Meirelles falou que o viu recepcionar Alberto Youssef na porta da sede da OAS, em São Paulo, para uma reunião sobre um assunto não conhecido. “Eu estava junto com o Alberto, íamos para uma outra reunião, e ele me disse que precisava passar naquele local antes”, explicou. Meirelles disse que não o conhecia, mas reconheceu em fotografias posteriormente.
O mesmo método foi utilizado para o reconhecimento de Matheus Coutinho. Segundo Meirelles, o funcionário da OAS foi visto em uma ocasião no escritório de Youssef.
Logo após estas afirmações, a defesa de Breghirolli e Coutinho pediu a palavra para fazre questionamentos a Meirelles. “A defesa tem uma certeza de que o senhor Matheus Coutinho nunca foi no endereço do escritório do senhor Alberto Youssef. A defesa, inclusive, não encontrou no registro de entrada do escritório a pessoa do senhor Matheus Coutinho. O senhor tem absoluta convicção de que viu a pessoa de Matheus Coutinho lá nesse momento?”, perguntou.
“A resposta é a mesma. Diariamente muitas pessoas passavam pelo escritório, e pelo que tive conhecimento na imprensa, pelas fotos que saíram, eu vi aquela fisionomia dentro do escritório dele. Mas não sei dizer quantas vezes, ou em que dia foi”, respondeu Meirelles, que reiterou não ter sido apresentado a esta pessoa.
A defesa seguiu a audiência perguntando se em algum momento Meirelles realizou reconhecimento fotográfico de investigados ou funcionários da OAS perante autoridades policiais, ou junto ao Ministério Público Federal – ao que lhe foi respondido negativamente. Assim, a defesa dos réus afirmou estar satisfeita e encerrou os questionamentos.
São réus neste processo da OAS:
- Alberto Youssef (suspeito de liderar o esquema de corrupção)
- João Alberto Lazzari (representante da OAS)
- Agenor Franklin Magalhães Medeiros (diretor-presidente da área internacional da OAS)
- José Aldemário Pinheiro Filho (presidente da OAS)
- Fernando Augusto Stremel Andrade (funcionário da OAS)
- José Ricardo Nogueira Breghirolli (apontado como contato de Youssef com a OAS)
- Matheus Coutinho de Sá Oliveira (funcionário da OAS)
- Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras)
- Waldomiro de Oliveira (dono da MO Consultoria)
Dos nove réus, cinco estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba – Alberto Youssef, Agenor Medeiros, José Adelmário, José Ricardo e Matheus Coutinho. Paulo Roberto Costa está em prisão domiciliar, no Rio de Janeiro, enquanto os demais respondem em liberdade.

Classificação Indicativa: Livre

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