Política

João Henrique dispensa retorno à política, elogia ACM Neto e se compara a Lula

Publicado em 14/02/2015, às 11h57   Tiago Di Araújo (Twitter: @TiagoDiAraujo)


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Como sempre demonstrou ser folião, o ex-prefeito de Salvador, João Henrique, curtiu a noite de sexta-feira (13) do Carnaval ao lado da esposa Tatiana Paraíso no Camarote Salvador. Mesmo em momento de curtição, o ex-gestor conversou com o Bocão News e falou sobre os planos para o futuro, a gestão de ACM Neto e outros assuntos.
Questionado sobre uma possível volta à política, João Henrique foi objetivo na resposta e tentou justificar a decisão por conta de uma certa perseguição durante os oito anos em que foi prefeito da capital baiana. "Não penso não. (voltar para política). Porque não vale a pena ser político no Brasil e muito menos na Bahia, aonde há um controle de sistema muito poderoso e que eu não vou revelar aqui por motivos éticos, o que é que está por de trás desse controle de mídia. Então, é muito difícil. Você chega cheio de idealismo na cabeça, você chega cheio de ideias, você chega ingenuo, porque a palavra certa é essa, você chega ingênuo, cheio de boa vontade, querendo fazer pelos mais pobres, mas infelizmente o sistema é dominado, o sistema é controlado, o sistema é bruto, o sistema não quer que você faça pelos pobres", declarou.
O ex-gestor alega que durante seus mandatos foi perseguido pela mídia e se comparou a Lula. "Eu prefiro ser ético e não dizer como é que se processa esse controle oculto. Oculto para alguns, porque eu sei, depois de oito anos na prefeitura, então eu sei o que está por de trás desse "ocultismo" no controle da mídia.  Então, eu admiro muito dentro disso aí, eu tenho que fazer um parentese, eu admiro muito o presidente Lula, porque é um homem que fez pelos pobres e a minha gestão que fez também pelos pobres. Então, pessoas como Lula, pessoas como eu, serão sempre atacadas pela classe dominante. E aí, inclui a imprensa de um modo geral, na sua grande e esmagadora maioria, infelizmente, como Lula diz, a imprensa é controlada, é dominada por grupos políticos economicamente muito poderosos, e você tem algumas exceções de honra, de seriedade, de isenção de informação. Mas, como diz Lula, e eu concordo com Lula, é uma minoria, porque a grande mídia, os grandes canais de televisão, de rádio, sites e blogs, infelizmente é controlado", justificou.
Segundo ele, esse controle é chefiado por empresários que financiam campanhas e tomam o verdadeiro poder sobre os políticos. "Então, sempre se reproduz o sistema podre que está aí, de empresários financiando políticos, porque não tem financiamento público, então os políticos acabam caindo nas mãos dos empresários na hora do financiamento da campanha, aí depois leva quatro anos defendendo empresário. E aí, quem defende o povo pobre?", questionou.
Sobre os planos para o futuro, João Henrique dispensou qualquer volta à política e revelou que estuda para concurso público. "Eu estou cursando meu curso de direito e espero concluir minha faculdade e depois fazer um concurso público para qualquer dessas carreiras aí jurídicas", contou ao enfatizar que fará qualquer carreira longe da política.
Sobre ACM Neto, o ex-gestor rasgou elogios e disse que estará disponível por fora da política para quem sabe de alguma forma ajudá-lo a se reeleger. "A gestão dele está sendo muito boa. Ele está fazendo pelos que mais precisam assim como eu fiz. Mas, sem a perseguição que sofri ele tá podendo trabalhar", disse.
Segundo João Henrique, só coisas boas foram deixadas para o atual prefeito da cidade com a sua saída. "Eu acho que eu só deixei herança bendita. Como a avenida Centenário, o bairro do Imbuí, como o bairro de Stella Maris, como o bairro da Vasco da Gama, como as mais de 200 encostas que eu pude fazer com o apoio de Geddel Vieira Lima, que foi quem muito me ajudou na minha gestão, foi o PMDB e então ministro Geddel. Pode chover a vontade em Salvador hoje que não tem mais mortes de 40 ou 50 pessoas com a queda de encostas. Nós conseguimos fazer um baita programa com o apoio de Geddel, repito, para segurar as famílias que moram nas encostas, que são famílias que vêm do interior da Bahia, como eu vim tentar a sorte na cidade grande. Então, o legado que eu deixei pra Neto foi um metrô, 99% pronto, uma Centenário 100% pronta, o funcionalismo público muito bem remunerado, e olha que peguei esse funcionalismo com 0% de aumento durante oito anos. Quando eu peguei o funcionário público da Prefeitura, tinha 0% de aumento em oito e eu consegui dar, aos professores por exemplo, 155% de aumento em meus oito anos. Médicos e profissionais de saúde também dei mais de 100% de reajuste real. Não é cobertura de inflação. Mais de 100% de reajuste para profissionais de saúde. Então, eu acho que a herança que eu deixei pra Neto, é a herança bendita", explicou ao lembrar que trouxe para Salvador ambulâncias da Samu, que segundo ele, não existiam na capital baiana antes da sua gestão.
Para finalizar, quando questionado sobre as cobranças de estacionamento, que atualmente são realizadas por toda cidade, o ex-gestor foi breve e deixou claro a sua chateação sobre o assunto. "Isso eu prefiro nem comentar. Sem comentarios", concluiu.

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