O juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, que é responsável pelos processos da Operação Lava Jato, recebeu dois inquéritos que tramitavam no Supremo contra o ex-deputado baiano Luiz Argôlo (SD), de acordo com informações publicadas pelo colunista Jairo Costa, neste domingo (22).
Segundo informações do despacho assinado na sexta-feira (20) por Moro, o magistrado libera o acesso aos conteúdos das escutas telefônicas e das mensagens do doleiro Alberto Youssef, interceptadas pela Polícia Federal. O que inclui conversas comprometedoras realizadas entre Youssef e Argôlo.
Moro afirma que as ações foram remetidas pelo ministro do Supremo Teori Zavascki logo após o fim do mandato do parlamentar na Câmara, no início do mês. Como perdeu direito a foro privilegiado, Argôlo passou a ser investigado pela força-tarefa da Lava Jato por transações realizadas com o doleiro, apontado como principal operador do esquema que desviou bilhões das Petrobras.
Ainda de acordo com a publicação, as interceptações que implicaram Luiz Argôlo viraram arma para a defesa de executivos presos por envolvimento nas fraudes em contratos da estatal petrolífera. Advogados contratados por empreiteiras tentam anular provas com a tese de que a PF investigou indevidamente Argôlo. Como era deputado federal, apenas o Supremo teria poderes para abrir inquérito contra ele.
“Como pode ser verificado nos autos do processo, não houve investigação contra os então referidos deputados”, disse o juiz referindo-se a André Vargas (PT), outro ex-parlamentar tragado pela Lava Lato. “Fortuitamente, na interceptação de Alberto Youssef, foram coletadas mensagens com seu interlocutor LA (que posteriormente foi identificado como João Luiz Correia Argôlo dos Santos)”, afirmou.
Publicada no dia 22 de fevereiro de 2015, às 7h31
