O presidente da Constran, João Santana, teve um artigo publicado pela Folha de S. Paulo nessa terça-feira (3) onde denuncia o atraso nos pagamentos dos recursos por parte do governo federal. Segundo o dirigente, a falta de repasse pode acarretar na paralisação das obras da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), que ligará o Porto Sul em Ilhéus ao estado de Tocantins.
De acordo com Santana, além das obras da Fiol, serão paralisadas as atividades da construção da Ferrovia Norte-Sul, em Goiás, também sob responsabilidade da Constran. Os contratos foram firmados com a Valec, empresa ligada ao Ministério dos Transportes.
O presidente conta em seu artigo que em quase 60 anos, "esta é a primeira vez que não recebemos nem sequer para honrar a folha de pagamento". "Falei na segunda (2) com o ministro Antônio Carlos ROdrigues, dos Transportes, que me informou não ter recebido recursos do Ministério da Fazenda", descreveu.
O dirigente da Constran explica ainda que a situação financeira da empresa só não é pior porque mais da metade do faturamento da empresa é oriunda da da iniciativa privada. Embora a Constran seja controlada pela UTC, investigada pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, ela não está na lista de apuração.
Santana atribui o atraso do pagamento ao governo federal chama de ajuste fiscal. "Em vez de propor cortes e eliminar linhas de despesas, o governo apenas não paga. Em outros países, o nome disso é calote e rompimento de contrato. No Brasil, batizamos de 'ajuste fiscal'", criticou.
