Política

Extinção de órgãos gera 1.384 exonerações na administração estadual

Publicado em 06/03/2015, às 09h30   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)


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Com a extinção da Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (Sucab), do Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba) e do Instituto Mauá, na última segunda-feira (2), o governo do estado divulgou oficialmente que 1.097 servidores efetivos perderam cargos com a promessa de relocação em outros cargos da estrutura estadual. O Bocão News apurou que 287 cargos comissionados também foram extintos e os trabalhadores não têm nenhuma perspectiva de relotação. No total, 1.384 perderam as vagas e esse número vai aumentar.

Além dos comissionados sem rumo e dos efetivos, os novos diretores da Secretaria de Administração do Estado da Bahia (Saeb) já anunciaram que também acontecerá corte nos terceirizados.

Com a extinção em massa dos cargos das três autarquias e os 1384 funcionários que perderam as vagas, a previsão é de que gere uma economia na folha de pagamento de R$ 82,5 milhões anuais. Deste total, R$ 67,5 de efetivos e R$15 dos cargos de confiança.

Esperança

Do quadro de efetivos, 816 são do Derba, 76 do Instituto Mauá e 205 da Sucab. Entre os comissionados, são 136 do Derba, 100 da Sucab e 51 do Mauá.

De acordo com a Saeb, somente os funcionários efetivos serão relotados e os trabalhadores dos cargos de confiança já sabem que não serão aproveitados. Apesar do recado, os comissionados ainda mantêm a esperança e esperam ser contemplados com algum cargo da administração estadual.

“Não se pode descartar tanta gente assim. São pais e mães de família. Ao contrário do que disseram, não foi feito nenhum estudo para avaliar tecnicamente qual era a serventia de cada órgão. A extinção dos cargos foi muito mais política do que técnica. Meu chefe direto me prometeu tentar uma vaga para mim, mas enquanto isso as contas estão chegando”, declarou um funcionário comissionado que perdeu emprego em um dos órgãos e que preferiu não se identificar por ainda ter esperanças de ser aproveitado.

Desprestígio

O desprestígio do PTB – que tinha vagas comissionadas considerável nas autarquias extintas – com o governo do estado e a aproximação da legenda com o Democratas ajuda explicar a “facilidade” da administração estadual e descartas as vagas. Com o tratamento, o partido caminha a passos largos para um entendimento com o prefeito de Salvador, ACM Neto.

Outra funcionária demitida lamentou a situação. “É incrível como somos descartáveis, né? Complicado depender da política para colocar o pão de cada dia na mesa. Sei que hoje estou sem emprego e seja no governo do estado ou na prefeitura, queria ter como sustentar minha família. O governo pensou na política, em enxugar a máquina e eu estou pensando nos meus dois filhos”, criticou.

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