Política
Publicado em 13/03/2015, às 06h43 Emerson Nunes (Twitter: @emenunes)
O ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli (PT), ouvido nesta quinta-feira (12) na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga desvios de verbas na estrutura da Petrobras, afirmou que a "potencialidade" da corrupção está relacionada ao volume das contratações e que a estatal não teria como investigar os desvios investigados pela operação Lava Jato, da Polícia Federal. "Auditoria não é polícia".
O petista também comentou os depoimentos de Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, que admitiram a existência do pagamento de propina e reconheceram o desvio de dinheiro da estatal. "É impossível a Petrobrás, dentro do funcionamento normal da empresa detectar estes desvios", mas fez questão de se manter distante. "Minhas relações pessoais com Duque, Barusco e Nestor nunca passaram das reuniões. (...) O senhor Barusco nunca foi diretor da Petrobras, ele foi interino substituindo Duque”.
O petista também defendeu a saúde financeira da estatal, que segundo ele “está muito bem” e que não se pode confundir o comportamento criminoso de alguns com o funcionamento da empresa. “Não tem como no dia a dia você saber que o cara está roubando”.
Gabrielli refutou as suspeitas de irregularidades na refinaria de Abreu e Lima, investigados pelo TCU. "Nenhum destes processos tem conclusão ainda", afirmou ao se esquivar da responsabilidade pela escolha da diretoria da Petrobras. "Quando cheguei na Petrobrás como presidente, em 2005, os diretores já estavam escolhidos".
Questionado sobre Júlio Faerman, da SBM Offshore apontado por Barusco como responsável por negociar as propinas em contratos de navios-plataforma, Gabrielli disse não conhecê-lo. "Posso tê-lo visto em algum evento público, mas nós nunca sentamos para conversar".
O petista admitiu ter cometido um equívoco ao dar uma entrevista ao Jornal Nacional, e afirmar que a Petrobras não indicou João Ferraz e Pedro Barusco à diretoria da empresa Sete Brasil, criada em 2010. "Eu estava fora da PetrobrasO deputado Ônix Lorenzoni (DEM-RS) elevou o tom ao afirmar que Gabrielli é "cúmplice de um assalto de proporções gigantescas", e que o ex-presidente da Petrobras deveria "ter vergonha" de sua gestão. "Esta é a sua Petrobras e não a que os Brasileiros se orgulham. O senhor é um incompetente de mão cheia. Pedro Barusco devolveu U$ 97 milhões que não eram dele. Eram seus? Eram de Lula?"
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